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Arstídir Lífsins - "Aldafǫðr Ok Munka Dróttinn" Review


Esta banda poderá não ser das mais conhecidas nos meandros do black metal pagão, tendo lançado o primeiro álbum apenas em 2010 e o segundo em 2012. Essa questão tem tudo para se alterar agora com o este terceiro trabalho, que é de uma qualidade esmagadora. Um duplo cd que abrange mais de oitenta minutos e que eleva para um nível totalmente diferente o género de black metal atmosférico e com tiques folk. Começando com um épico "Kastar heljar brenna fjarri ofan Ǫnundarfirðinum", que o é, não só na duração mas também no nome, fica-se logo apresentado. Metal épico da mais alta qualidade.

Bathory, Enslaved, Moonsorrow, Primordial, são tudo nomes em que se pensa a ouvir este álbum, mas a sua identidade está bem vincada. Certamente não é dos trabalhos mais propícios a ter um grande comercial, afinal com oito músicas em nove a ter mais de seis minutos, não é algo que cative imediatamente às pessoas, ainda para mais com letras totalmente em islandês. Por outro lado, para quem gosta que a sua música seja imortal, que tenha sentido profundo - mesmo que o sentido a nível lírico não lhe seja imediato, mas que em termos sonoros seja evidente - então está aqui um álbum que será uma das maiores e melhores viagens algumas feita.

Destacar uma faixa destas nove é tarefa inútil porque todas fazem parte de um conjunto que deve ser ouvido por inteiro. Apenas os que apreciam a mistura de metal extremo com folk conseguirão apreciar esta obra, porque dificilmente quem aprecia apenas uma das vertentes conseguirá gostar a fundo do que se pode ouvir aqui, o que é pena, mas perfeitamente compreensível. Progressivo, épico, pagão, extremo, melódico. Poderíamos estar aqui a noite toda, o dia todo, mas não haveriam adjectivos suficientes para categorizar a grandeza deste trabalho. Só mesmo ouvindo. E isso é obrigatório, pelo menos para aqueles que dizem gostar de música. Este ano já viu muita boa música a ser lançada, mas com isto... as votações para o melhor do ano podem já parar e este pode ficar já decidido como disco de 2015.


Nota: 9.8/10

Review por Fernando Ferreira