Os Cross Vault são alemães mas “doomam” como se fossem britânicos. Aliás, não se soubesse já que o novo de My Dying Bride também anda por aí a rebentar, poderia jurar-se que o segundo álbum dos Cross Vault seria o décimo terceiro trabalho da mítica banda de Halifax. E esse será sem dúvida o que prende “The All Consuming” ao chão e não o permite voar mais longe. Não é também querer dizer que o que se tem aqui é uma cópia descarada dos My Dying Bride. Apenas é muito próximo daquilo que a banda nos apresentou por alturas dos álbuns “Turn Loose The Swans” ou “The Angel And The Dark River”. Sem o violino, claro está.
Será necessário ir mais além do óbvio e ter paciência para que este álbum e mesmo assim, não serão precisas muitas audições para que se consiga discernir a sua identidade no meio de todas as semelhanças, nomeadamente a nível de voz, com os mestres do doom. Esta questão das parecenças poderá ser bastante castradora e irritante, afinal vivemos num mundo onde não há tempo para dar atenção a nada e tudo é sentido superficialmente. Contrariando essa tendência é possível apreciar “The All Consuming” como aquilo que é: um monólito de doom metal ao qual se fica com vontade de voltar vezes sem conta, independentemente aquilo que soa.
“Revocable Loss” tem umas melodias surpreendentemente cativante, enquanto “Simple Marksman In The Pines” vai pelo mesmo caminho, ainda que ligeiramente mais tradicional, com umas passagens acústicas que só enriquecem a música. Mais contra as regras temos a “Amber Nights”, a mais curta do álbum e também uma das mais cativantes. Aquilo que parece ser uma singela balada, transforma-se numa épica canção de doom metal, com melodias arrebatadoras e viciantes – isto tudo em menos de seis minutos. O tema título tem um groove fantástico e até levemente Primordial, e “The Words That Pierce No Soul” finaliza com chave de ouro este trabalho, sendo um épico de todo o tamanho que impressiona pela sua solidez e mostrando que a banda tem um potencial enorme para se tornar um dos grandes no que ao doom metal diz respeito.
Uma boa surpresa.
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira
Será necessário ir mais além do óbvio e ter paciência para que este álbum e mesmo assim, não serão precisas muitas audições para que se consiga discernir a sua identidade no meio de todas as semelhanças, nomeadamente a nível de voz, com os mestres do doom. Esta questão das parecenças poderá ser bastante castradora e irritante, afinal vivemos num mundo onde não há tempo para dar atenção a nada e tudo é sentido superficialmente. Contrariando essa tendência é possível apreciar “The All Consuming” como aquilo que é: um monólito de doom metal ao qual se fica com vontade de voltar vezes sem conta, independentemente aquilo que soa.
“Revocable Loss” tem umas melodias surpreendentemente cativante, enquanto “Simple Marksman In The Pines” vai pelo mesmo caminho, ainda que ligeiramente mais tradicional, com umas passagens acústicas que só enriquecem a música. Mais contra as regras temos a “Amber Nights”, a mais curta do álbum e também uma das mais cativantes. Aquilo que parece ser uma singela balada, transforma-se numa épica canção de doom metal, com melodias arrebatadoras e viciantes – isto tudo em menos de seis minutos. O tema título tem um groove fantástico e até levemente Primordial, e “The Words That Pierce No Soul” finaliza com chave de ouro este trabalho, sendo um épico de todo o tamanho que impressiona pela sua solidez e mostrando que a banda tem um potencial enorme para se tornar um dos grandes no que ao doom metal diz respeito.
Uma boa surpresa.
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira