Depois de muito tentar, não há volta a dar: esta review tem de ser iniciada de forma maldosa. O que poderemos esperar de uma banda que se chama o nome de um álbum de uma outra banda de um dos seus integrantes e que foi o maior ponto de glória já atingido e nunca mais alcançado em quase vinte e cinco anos? Muito pouco, muito pouco mesmo. Para quem não sabe, "Operation: Mindcrime" é o título de um dos melhores álbuns (se não o melhor) da banda norte-americana Queensrÿche. Geoff Tate é o vocalista original que foi despedido em 2012. Processos para cá e processos para lá, entre Tate e os seus ex-companheiros de banda, e ambas as partes foram autorizadas a usar a designação Queensrÿche enquanto a questão legal não ficava resolvida. Os Queensrÿche lançaram um novo álbum tendo como vocalista Todd La Torre dos Crimson Glory e Geoff Tate juntou uma nova banda e chamou-a de Geoff Tate's Queensrÿche.
Findado os processos em tribunal, ficou decidido que Tate teria o direito exclusivo para tocar por completo os álbuns "Operation: Mindcrime" e "Operation: Mindcrime II", mas sem usar o nome Queensrÿche e aqui chegamos a este álbum. Depois de tanta trapalhada e de tanta roupa suja lavada entre ambas as partes, ficamos com mais curiosidade por saber por pormenores por trás da música do que da música em si. Até porque avaliando o trabalho dos Queensrÿche nos últimos vinte anos (tirando o último álbum de originais, o primeiro da fase pós-Tate, que realmente recupera algo perdido) e o trabalho do vocalista a solo, não há muito para esperar por aqui, principalmente após se saber de que este é o primeiro trabalho conceptual de uma trilogia. E é esse ponto que nos apanha desprevinidos. Quando esperávamos por um desastre igual a tantos outros recentes na carreira do vocalista, existe aqui uma certa sobriedade que nos conquista.
Não é dizer que este é um dos melhores trabalhos de rock/metal progressivo dos últimos tempos, nada disso. Apenas que quando as expectativas são nulas, "The Key" revela-se um trabalho bastante competente e que consegue ir captando a nossa atenção malha após malha. Com ambiências que já não ouviamos há muito tempo, este é um trabalho que soa a clássico mesmo que por vezes nos pareça que estamos a ser enganados e que já ouvimos isto tudo em algum lado como na "Re-Inventing The Future" e "Life Or Death" que soam a Queensrÿche clássico. Neste caso não nos importamos, porque o que ouvimos soa mesmo bem. Tirando algumas músicas em que os tiques para o desastre de Tate vêm ao de cimo, como a "The Stranger" que tenta ser moderna a todo o custo mas apenas é embaraçosa e a "Hearing Voices" que vai por mais caminhos groove sem grandes resultados. Se o próximo trabalho conseguir manter a qualidade ao longo de todo o trabalho, poderá ser o início da redenção de Tate. Por enquanto estamos todos desconfiados. Mas os resultados são bons.
Nota: 7/10
Review por Fernando Ferreira
Findado os processos em tribunal, ficou decidido que Tate teria o direito exclusivo para tocar por completo os álbuns "Operation: Mindcrime" e "Operation: Mindcrime II", mas sem usar o nome Queensrÿche e aqui chegamos a este álbum. Depois de tanta trapalhada e de tanta roupa suja lavada entre ambas as partes, ficamos com mais curiosidade por saber por pormenores por trás da música do que da música em si. Até porque avaliando o trabalho dos Queensrÿche nos últimos vinte anos (tirando o último álbum de originais, o primeiro da fase pós-Tate, que realmente recupera algo perdido) e o trabalho do vocalista a solo, não há muito para esperar por aqui, principalmente após se saber de que este é o primeiro trabalho conceptual de uma trilogia. E é esse ponto que nos apanha desprevinidos. Quando esperávamos por um desastre igual a tantos outros recentes na carreira do vocalista, existe aqui uma certa sobriedade que nos conquista.
Não é dizer que este é um dos melhores trabalhos de rock/metal progressivo dos últimos tempos, nada disso. Apenas que quando as expectativas são nulas, "The Key" revela-se um trabalho bastante competente e que consegue ir captando a nossa atenção malha após malha. Com ambiências que já não ouviamos há muito tempo, este é um trabalho que soa a clássico mesmo que por vezes nos pareça que estamos a ser enganados e que já ouvimos isto tudo em algum lado como na "Re-Inventing The Future" e "Life Or Death" que soam a Queensrÿche clássico. Neste caso não nos importamos, porque o que ouvimos soa mesmo bem. Tirando algumas músicas em que os tiques para o desastre de Tate vêm ao de cimo, como a "The Stranger" que tenta ser moderna a todo o custo mas apenas é embaraçosa e a "Hearing Voices" que vai por mais caminhos groove sem grandes resultados. Se o próximo trabalho conseguir manter a qualidade ao longo de todo o trabalho, poderá ser o início da redenção de Tate. Por enquanto estamos todos desconfiados. Mas os resultados são bons.
Nota: 7/10
Review por Fernando Ferreira