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Make Me A Donut - "Bright Side" Review


Make Me a Donut? A sério? É mesmo isso que vão chamar à vossa banda? Poderia dizer que é um nome parvo para uma banda de metal progressivo, mas nem é preciso muito para concluir que é um nome parvo para chamar a qualquer banda, seja na Suiça, de onde a banda é oriunda, ou de qualquer outra parte do mundo. "Erratic", o primeiro tema deste trabalho revela muita coisa e dá para que se tenha logo uma ideia do que podemos ouvir aqui. Para já tem uma apetência para o estranho, quer em termos de melodias e ambientes criados, quer na própria música.

O facto da voz ser do mais gutural que possa haver também nos dá indicação de que este é mais um daqueles trabalhos de metal modernaço em que temos umas guitarras com afinação tão grave que provavelmente as cordas batem no chão, ou seja, algo de muito arraçado de metalcore. Para com que fiquemos com a certeza do que estamos a dizer, temos breakdowns com fartura e espasmos fartos ao longo de todos os temas. Seria de esperar que esses espasmos e que as interrupções súbitas de momentos mais calmos poderiam trazer alguma variação e dinâmica a temas como "Skyline", "Valar Morghulis" e "Ill Imagionation", mas isso não acontece e as músicas parecem todas iguais.

Apesar do talento demonstrado em cada uma das faixas, o problema é que esse talento não materializa músicas que nos arrebatam por completo. Nem que fosse após uma série de audições. Aqui é o inverso, quanto mais se ouve menos impacto vai tendo. É um tipo de som que além de exigir um estado de espírito específico, devido à complexidade, também exige alguma paciência para que não se chegue a um ponto e se perca o norte, não se lembrando o que ficou para trás. Analisar música a música, o saldo é bem mais positivo do que análises ao trabalho como um todo. Como aqui fazemos críticas aos álbuns e não às músicas individuais, a nota final sofre, obviamente, com isso.

 
Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira