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Windhand - "Grief's Infernal Flower" Review


Os Windhand, mesmo sem conseguirem o impacto de uns Electric Wizard (que também diga-se de passagem, não nasceu da noite para o dia e foi sendo criado com o passar de tempo) são uma das bandas que mais capacidades têm de conseguir atingir o mesmo patamar. Isto a nível de reconhecimento porque a nível de qualidade musical, parece-nos que a coisa já está em níveis elevados há algum tempo. Dúvidas houvessem, aqui está “Grief’s Infernal Flower”, aquele que será assumidamente o melhor e trabalho mais adulto da carreira da banda norte-americana, um terceiro álbum que vai ao encontro de todos os mitos que existem sobre ele.

A banda não se limita simplesmente a fazer doom metal próximo do stoner e do sludge que supõe o uso avançado e pesado de cannabinoides na sua concepção. As músicas respiram livremente – e isto para uma banda que toca doom metal arrastado e ligeiramente claustrofóbico é dizer muito – e há mesmo uma progressão em todas elas. Não se trata apenas do mesmo ritmo a tocar de forma hipnótica durante oito minutos que transforma automaticamente uma música em algo progressivo. Sendo assim o elemento que faz realmente a diferença é a forma como todas as músicas parecem que obrigam a que o ouvinte se transcenda e saia do seu corpo. Para quem gosta de coisas mais directas, todo este elemento etéreo não terá grande importância, mas para todos os que gostam de fechar os olhos com os riffs a bater interiormente, este é um grande ponto.

Esse efeito, no entanto, não é apenas atingido nas músicas de longa duração (quatro no total), já que mesmo nos temas mais concisos, é possível assistir ao mesmo tempo de feito, sendo que “Crypt Key” e “Tanngrisnir” são os exemplos maiores. Outra coisa que é bastante óbvio é a forma como a voz de Dorthia Cottrell está bem mais limpa e melódica, ou seja, a senhora está realmente a cantar e a música é quem fica a ganhar – “Sparrow” até arrepia. A banda manteve intacta todas as características vencedoras do passado e dá um claro passo em frente, que faz com que este seja um dos grandes álbuns doom deste ano, um estilo que também está a ser muito bem tratado, mesmo quando os Windhand e “Grief’s Infernal Flower” não se encaixam directamente no género.
 

Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira