About Me

Beaten To Death - "Unplugged" Review


Os Beaten To Death são uns brincalhões. Só mesmo eles para lançarem com treze petardos grindcore e chamarem-lhe unplugged. Aquilo que impressiona na banda, para quem não os conhece, além do seu bom humor é a forma como conseguem misturar géneros num género com tendência a encontrar diversos becos sem saída. A forma como as melodias de guitarra com pouquissima distorção encaixa em temas brutos dos queixos como "I Keep Stalling", "Home Of Phobia" e a faixa de abertura "Papyrus Containing The Spell To Summon The Breath Of Life Enshrined In The Collected Scrolls Of Sheryl Crow" (lembram-se do que dissemos atrás do bom humor?) é impressionante.

São treze músicas em menos de vinte e um minutos e mesmo assim passa-se tanto em cada uma das faixas que parece que estamos perante algo que distorce o tempo por completo. Para quem acha que o grindcore não tem nada a oferecer, ouvir temas como "Menstrubation" e "Don't You Dare To Call Us Heavy Metal" - a sério, estes títulos são mesmo um espectáculo - definitivamente fará mudar essa opinião. No entanto, para quem gostar de grindcore, apreciará sem dúvida a homenagem aos Napalm Death na "Greenway Harris", frenética do início ao fim.

É um álbum que sofre dos males de todos os álbuns de grindcore. É curto como tudo, sendo que a diferença é que depois de se chegar ao fim, parece que se foi atropelado por uma manada de elefantes e precisa-se de uns tempos para recuperer o fôlego. As dinâmicas tornam o álbum mais forte mas também podem fazer com que por vezes as músicas custem a entrar. Nada que mais uma ou duas audições não mude. Curto e grosso, os Beaten To Death, chegam, partem tudo em vinte minutos e depois vão à sua vida. Tal como o (bom) grindcore deveria sempre ser.


Nota: 7.9/10

Review por Fernando Ferreira