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Sacrilege - "Behind The Realms Of Madness" Review



Os Sacrilege são uma das bandas de culto do thrash britânico. "Behind The Realms Of Madness" é o seu primeiro álbum, originalmente lançado em 1985 e que agora vê a luz do dia para toda uma nova geração através da Relapse Records. Esta reedição não acontece por acaso. Os Sacrilege desapareceram após o terceiro álbum "Turn Back Trilobite", em 1989, com os seus membros a espalharem-se por outros projectos (entre os quais se incluem bandas como Benediction, The Varukers e Napalm Death). Não houve propriamente um término de funções pelo que a banda voltou a reunir-se no ano passado, anunciando um novo álbum de originais, mais de vinte e cinco anos após o já mencionado terceiro trabalho.

Então estas reedições assumem-se com uma importância óbvia já que temos o primeiro trabalho remasterizado com sete faixas bónus, além das seis que compunham o álbum originalmente, disponível tanto em CD como em vinil, além de termos um artwork novo - uma excelente capa mas que combina pouco com o que podemos ouvir aqui. E o que é que podemos ouvir aqui? Uma versão muito embrionária de thrash metal e da sua mistura com o crust tipicamente inglês. A voz de Lynda "Tam" Simpson, talvez a primeira mulher vocalista a tocar numa banda tão pesada e extrema, é o registo que habitual associamos ao punk/crust mas por outro depois temos excelentes solos de guitarra e um conjunto de riffs que têm um groove ameaçador.

É fácil perceber o porquê deste ser considerado um trabalho de culto, mesmo que seja embrionário em relação à identidade da banda que depois embarcaria numa mudança estilística, e com todos os defeitos que possui - um deles usar e abusar da repetição, indo sempre um pouco mais além do que aquilo que seria desejável. As faixas bónus servem como curiosidade histórica, tendo três sido retiradas muito provavelmente da primeira demo que a banda editou em 1986 ("The Captive", "Flight Of The Nazgul" e "Sight Of The wise", enquanto "Feed" e "Dig Your Own Grave" dão ideia de serem muito mais recentes, com um som bem poderoso. Para terminar, duas faixas ao vivo, "The Closing Irony" e "Bloodrun", com um som longe de perfeito mas que serve para o propósito. É uma reedição interessante e valorosa para dar a conhecer uma banda clássica do underground thrash britânico.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira