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Ripis - "Shadow Dies in Morning Light" Review


A banda de Doom Metal proveniente de Austin, Texas, lançou este ano um álbum que irá ficar na memória do ouvinte mais ligado às vertentes do Doom Metal (e para quem não é apreciador do género, isto consegue dar uma ideia diferente). "Shadow Dies in Morning Light" é uma peça em que ao longo de aproximadamente 44 minutos conseguimos ter um misto de sensações.

O trio formado por Andy Hannaman (que assume as rédeas da bateria), Asher Johnson (guitarra) e Blake DeWitt (que nos oferece baixo e vozes), começa as apresentações com "Burdened by Stone" (com dez minutos de viagens e experiências únicas). Sentimos logo o passar arrastado de bateria e guitarras, a atmosfera que se sente neste momento é pesada, quase claustrofóbica, e ao mesmo tempo libertadora. As vozes limpas de fundo de Blake DeWitt dão-nos uma sensação de liberdade num ambiente quase sombrio (será esta voz, a luz da manhã?...)

A sessão de terapia oferecida pelos Ripis continua, e temos "Void", segundo tema do álbum, que parece que começou há 3 ou 4 minutos mas na verdade já viajámos durante dez minutos. E com esta faixa temos mais 10 minutos de riffs pesados e sufocantes da autoria de Asher Johnson, o pedal firme de Andy Hannaman e a pratada compassada, o baixo super distorcido e as vozes que criam pulgas atrás da orelha e arrepios na espinha de Blake DeWitt.

Aguardamos pela terceira faixa do álbum, "Water in the Basin", que tem a maior duração entre as restantes. São quase 12 minutos e meio de mais rodopios nesse espectro vasto que o Doom Metal consegue ser. Somos surpeendidos por uma tranquilidade quase desconfortável na primeira metade do tema (conseguimos erguer a cabeça, assim que os riffs distorcidos da guitarra e baixo e a bateria faz sinal de presença). "Shadow Dies in Morning Light" acaba por confirmar o que suspeitávamos, que Ripis conseguem mesmo através da calma, lentidão, e ritmos completamente fora do comum, cativar o ouvinte.

É estranho, mas quase sentimos a presença de muitos outros géneros aqui desde Funeral Doom, um pouco de Post-Black até Stoner Doom… é uma conjugação no mínimo interessante.

Parabéns Ripis, por mais um lançamento marcante. E sim, o ouvinte vai ficar com estes ritmos pelo menos por instantes na cabeça. Para quando demonstração em solo lusitano?

Nota: 8.6/10

Review por Carolina Lisboa Pereira