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Entrevista aos Sodom


Todos já sabemos que há bandas… e grandes bandas. Os germânicos Sodom são uma das grandes bandas que surgiram nos anos 80 e têm vindo a marcar o género Thrash Metal desde então. O Tom esteve à conversa com a Metal Imperium sobre o novo EP “Partisan”, a tournée Headbangers Ball e o próximo álbum. 


M.I. - A banda tem uma nova formação recente. Como estão as coisas a funcionar até agora?

Muito bem e eficaz. No momento, estamos a preparar a setlist para a próxima tournée da Headbangers Ball. Também estamos prestes a começar a escrever novas músicas para o próximo álbum.


M.I. – O Frank Blackfire está de volta à banda... é como se um filho perdido tivesse voltado para casa. Como está a química entre vocês agora? Como é que a química entre os membros afeta o sentido de banda e os sons que a banda cria?

Depois de me separar de Berni e Makka, entrei em contacto com o Blackfire para entrar na banda. Eu sabia que ele tinha o seu próprio projecto a solo e também estava a tocar com os Assassin. Ele disse-me que essas bandas não estavam tão ocupadas na altura e ele teria tempo suficiente para se juntar a Sodom para os ensaios e concertos ao vivo. Isso foi incrível e parecia uma grande oportunidade para ele regressar à cena internacional do metal. Quando ensaiamos Nuclear Winter, Sodomy & Lust, Christ Passion pela primeira vez, fiquei tão surpreso por o som da guitarra ser exactamente igual ao dos álbuns Persecution Mania ou Agent Orange. Agora, podemos reproduzir as músicas de uma maneira original durante os concertos ao vivo. O Frank ainda é um dos tipos mais porreiros que já conheci !


M.I. - Agora que a formação parece uma família… todos estiveram igualmente envolvidos na composição das novas faixas? Como é que o processo acontece com os Sodom? Quão complicado é adaptarem-se aos novos membros?

Não há discussões sobre o que fazemos a seguir, porque estamos todos a ir na mesma direcção. O Husky e o Yorck são grandes fãs de Sodom, e criaram várias ideias para as novas músicas e setlists futuros. E sim, parece uma grande família para mim e existe uma enorme amizade entre os músicos.


M.I. - Pela primeira vez tens dois guitarristas... por que optaste por adicionar outro guitarrista depois de tantos anos?

Agora podemos executar as músicas que não estão a funcionar com apenas uma guitarra. Mesmo o meu baixo não pode substituir uma segunda guitarra. O som ao vivo está a ficar mais brutal e dinâmico. Pensei num segundo guitarrista há muitos anos e falei com o Bernemann sobre essa ideia, mas ele disse-me que nunca aceitaria um segundo guitarrista ao seu lado.


M.I. - A banda tem um novo EP “Partisan” que acabou de sair… este é um EP para apresentar a nova sonoridade e intensidade de Sodom em 2018?

Sim, exactamente. Queremos mostrar às pessoas que ainda estamos vivos e continuamos aqui depois deste ano turbulento. As novas músicas mostram a nova direcção musical. Também é uma boa ideia promover a próxima tournée com o EP.


M.I. - A nova faixa do EP “Partisan” já está disponível… e parece que “os Sodom estão de volta com uma vingança” (como declarado na página oficial do Facebook). O que é que isso significa exactamente?

Esta não foi uma declaração pessoal minha, mas estão certos. Queremos tornar as músicas mais brutais, mais pesadas e inexoráveis. O novo material combinado com todas as atitudes históricas de Sodom que tornam a banda tão única e marcante.


M.I. - De momento vocês estão a trabalhar em material novo... portanto quando sairá o novo álbum, considerando que estarão ocupados em tournée no final do ano?

Sim, mas queremos fazê-lo sem pressão, por isso não falamos numa data de lançamento com a editora. Mas, se tudo estiver preparado, vamos tentar lançá-lo no final de 2019 ou início de 2020. É verdade, estamos sempre ocupados com concertos e tournées, mas vamos encontrar tempo suficiente para começar a escrever material novo. Veremos!


M.I. - O novo material supostamente está cheio de adrenalina... de onde tiras toda essa energia e adrenalina?

É apenas a minha paixão e a vida é a maior inspiração. Estamos a viver num mundo que está a ficar cada vez mais fora de controle. Isso deixa-me doente. Não posso mudar todas as coisas, porque não sou politicamente activo. Mas tenho a oportunidade de gritar a minha raiva em palco... isto é como uma terapia para mim e ajuda-me a sobreviver.


M.I. – Os Sodom estarão em tournée em Dezembro com os Death Angel, Exodus e Suicidal Angels... este é um cartaz bastante intenso. O que é que os fãs podem esperar? Vão tocar músicas novas ou mais antigas?

Estou realmente ansioso. Nós somos cabeças de cartaz com outra banda e só temos uma hora para tocar. Por isso, temos que escolher com muito cuidado. Queremos tocar as novas músicas e os clássicos, combinados com algumas raridades, que vão mudar de concerto para concerto.


M.I. - A banda já existe há tantos anos... por quanto tempo querem continuar?

Não sei. Eu acho que é muito importante permanecer criativo e saudável. Esta música é minha vida e eu não quero pensar num fim. Eu tenho tantos planos para o futuro de Sodom. Neste momento, estamos a escrever músicas para o novo álbum e também a planear os concertos e tournées para o próximo ano. Então, queremos aproveitar a música o maior tempo possível.


M.I. - Os fãs parecem estar entusiasmados com os Sodom em 2018… o que se pode esperar de agora em diante?

Uma banda que está 100% comigo e com todo o projecto. Implícito e leal. O próximo álbum será o mais importante da minha vida... mas, acreditem, será brutal. Não queremos deixar os nossos fãs desapontados com qualquer coisa que façamos, por isso damos o melhor para apresentar um resultado excepcional.


M.I. - A banda formou-se nos anos 80... as coisas eram muito difíceis, mas mais intensas e reais... sentes falta daqueles dias?

Ah, sim, sinto falta dos bons e velhos tempos. Isso foi como uma revolução contra pais, professores e o poder estabelecido, e também contra os Posers e Poppers, que odeiam esta música. Os fãs de metal eram uma minoria, porque músicas como "Deutsche Welle" e "New Wave" eram muito populares no início dos anos 80. Eu estava numa turma com 30 alunos e era o único que ouvia metal. Era estranho, mas respeitávamo-nos. Acho que toda a cena do metal mudou para pior, porque está a ficar mais confuso. Odeio falar sobre um “renascer” de Thrash, porque bandas como Kreator, Destruction e Slayer nunca pararam de tocar. Este género musical está bem estabelecido e sempre estará. Já me apercebi que há uma nova geração de fãs muito jovens que prefere bandas antigas e históricas.


M.I. - Qual é o teu género musical favorito actualmente? Só ouves sons extremos ou também ouves músicas mais comerciais?

Sou grande fã de metal old school e de música rock. Os anos oitenta ainda estão na minha mente e quando ouço esta música, sinto vontade de voltar aos velhos tempos gloriosos. Eu sei, há muitas novas bandas por aí, mas eu nunca encontrarei tempo para as ouvir todas…


M.I. - A banda já tocou em Portugal e nós gostaríamos de os ter de volta aqui. Conhecem a cena metal portuguesa? Quando regressam a Portugal?

Nós amamos os fãs portugueses e todos os concertos que fizemos ainda são uma óptima lembrança para mim. Sempre tivemos um tempo maravilhoso e sentimo-nos como membros da família. Os fãs são muito entusiasmados e agradecidos, sabem viver e curtir a música. Se houver algum promotor sério por aí, por favor, entre em contacto com a minha agência... e ver-nos-emos em breve!


M.I. - Obrigada pelo vosso tempo. Por favor, partilhem uma mensagem com os fãs e leitores da Metal Imperium.

Obrigado por nos apoiarem ao longo das décadas e esperamos vê-los em breve. Cuidem-se. Vocês são os maiores!
Cumprimentos do vosso amigo Tom!


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Entrevista por Sónia Fonseca