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Entrevista aos Slegest


O que começou por ser um projecto a solo, transformou-se numa banda… Ese, o mentor dos Slegest, respondeu às perguntas da Metal Imperium sobre o novo álbum “Introvert” e sobre a tournée europeia.


M.I. - Por que sentiram a necessidade de criar Slegest? Não há bandas suficientes por aí?

Muitas bandas, muitas entrevistas, concordo totalmente.


M.I. - Como surgiu a ideia de misturar rock clássico dos anos 70 e 80 e Black Metal?

Tento sempre permanecer fiel às minhas intenções, que é fazer música que o meu instinto aprova. Sempre ouvi muitos géneros, mas quando se trata de rock pesado e metal, eu cresci a ouvir os Judas Priest, Black Sabbath e WASP. Mais tarde ficou mais brutal com Sepultura, Death e tal. Nos anos 90, descobri o Black Metal e o aspecto mais atmosférico fascinou-me. Eu acho que os Slegest têm traços de todas estas coisas, mas não são moldados para encaixar num só género.


M.I. – Os Slegest começaram como projecto a solo de Ese. Depois de 8 anos, quão complicado é abraçar um projecto a solo? Farias tudo de novo?

Tal como acontece com a maioria das outras coisas, tem lados positivos e negativos. Do lado negativo, há muito trabalho e decisões a serem tomadas por conta própria. E ensaiar todos os instrumentos e tal. Do lado positivo, podes decidir como queres e não discutir com ninguém. E só tens que te culpar a ti, pelo bem e pelo mal. Mas não tenho planos de começar outro projecto a solo se é isso que queres saber.


M.I. - Ainda és o homem por trás de todas as letras, riffs, faixas… é tudo ainda responsabilidade tua ou partilhas isso com outra pessoa nos dias de hoje? Fizeste tudo neste álbum sozinho? Slegest ainda é um projecto a solo? As fotos promocionais incluem 4 membros, por isso…

Pela primeira vez, não sou o único colaborador do lado criativo dos Slegest. Sør fez a música “Da Brenne I Glåsi” e Hövard escreveu “Leitar”. O mesmo vale para o lado da gravação, é uma banda agora, não é um projecto a solo.


M.I. - Onde encontraste os músicos que actualmente te estão a acompanhar? Eles encaixam bem na tua música? Entendem-na?

Hövard é meu irmão, Sør é amigo de infância e Fjøsne também é amigo. Somos todos de Systrond, um pequeno lugar na parte ocidental da Noruega. Eles nunca tocariam nos Slegest se não entendessem a música.


M.I. - Por que escolheste a palavra "Introvert" como título para o novo álbum? És introvertido?

Além do facto de que é um título fixe, escolhemo-lo por um motivo. Introvertido é uma característica de uma pessoa que presta atenção (pesada) às experiências internas. No nosso mundo moderno e superficial, o introvertido tornou-se uma palavra negativa, associada a ser tímido e disfuncional em contextos sociais. É claro que isso é totalmente errado, já que um introvertido pode estar muito bem em contextos sociais. Isso não significa que ele virá à festa se entendes o que quero dizer (risos). Queremos honrar e destacar esse traço de personalidade que, pelo menos para nós, é uma fonte para fazer música e expressar algo de valor.


M.I. - Como correm as coisas com "Introvert"? As críticas são óptimas.

As críticas foram óptimas e tivemos bons comentários sobre as novas músicas ao vivo. Estamos muito ansiosos para lançá-lo.


M.I. - Quais temas líricos abordam em "Introvert"? As tuas oscilações de humor ainda são uma fonte de inspiração?

Gosto de deixar o ouvinte decidir sobre as letras. Slegest é uma saída para a criatividade enraizada no mundo do pensamento. Embora Slegest não seja sobre a minha vida pessoal, eu sinto que a música ganha força e poder se ressoa com experiências na vida real. Tens que ser aberto e honesto para fazer algo de bom. Eu acho que é o facto de que com muitas formas de arte, para escrever um bom livro, deves ter uma certa experiência verdadeiramente sentida com as coisas sobre as quais escreve, para torná-lo vivo.


M.I. - Todas as capas são muito simples, mas bonitas. Onde encontraram a imagem da capa de “Introvert”? É a capa perfeita para o álbum? Poderias esclarecer-nos sobre isso... parece ser um cérebro voador com chifres. O que significa?

A capa foi feita pelo artista norueguês Anders Røkkum. Nós conversamos sobre o álbum e alguns dos tópicos e ele ouviu algumas das músicas. Na minha opinião, a capa que ele fez é incrível, com a águia com duas cabeças de bode. Para mim, representa o livre-arbítrio, e a força que a vontade pode ter se a seguirmos e lhe dermos poder. Representa tanto os Slegest quanto o próprio álbum de uma maneira perfeita.


M.I. - Todos os teus álbuns até agora incluem 8 faixas. Por quê? 8 é o teu número da sorte ou é algo supersticioso?

Eu gosto de ter números pares no lado A e no lado B, é por isso. E 10 músicas seriam demais e 6 músicas seriam de menos.


M.I. - A cada novo álbum incluis menos títulos de músicas em inglês. "Introvert" inclui apenas títulos de faixas em norueguês... por quê? Expressas-te melhor na tua língua nativa?

Eu gosto do som do norueguês e actualmente sinto que o norueguês é a melhor maneira de expressar a música dos Slegest. Isso mudou antes e pode mudar novamente.


M.I. - Este álbum também será lançado pela Dark Essence Records... acreditas que este ainda é a melhor editora para os Slegest? Por quê?

Estamos muito satisfeitos com o trabalho que a Dark Essence faz por nós e gostamos das pessoas que trabalham lá. Isso é uma vantagem, conseguir acompanhar aqueles que estão a colaborar connosco. Escolhemos continuar o nosso trabalho em conspiração com a Dark Essence e estamos contentes por eles nos quererem tanto como amigos quanto como banda.


M.I. - Como vai a tournée com os Taake? Estarão muito activos até meados de Dezembro... estão animados?

A tournée correu muito bem e tivemos bons clubes e público. Hoje em dia estamos a fazer alguns concertos na Noruega com os Einherjer e continuaremos na Europa com os Vreid e Kalmah em Dezembro. Estamos ansiosos por isso.


M.I. - Portugal parece ser completamente deixado de fora da maioria das tournées… tens alguma ideia por que é que isso acontece? Têm planos para fazer uma tournée pelo sul da Europa ou ficarão pelo norte?

Não estou envolvido nas reservas, por isso não sei porque é que Portugal fica de fora. De uma maneira geral a dica é: contratem a banda e eles virão, (risos). Por outras palavras, gostaríamos de ir a Portugal tocar.


M.I. - Por favor, deixa uma mensagem para os nossos leitores e fãs de metal.

Toquem alto!

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Entrevista por Sónia Fonseca