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Vanden Plas - "The Ghost Xperiment - Awakening” Review


A minha história com os Vanden Plas começa de uma forma mais dedicada em 2007, quando estes germânicos actuaram para umas dezenas ou centenas de conhecedores, no Palácio dos Desportos, em Torres Novas, completamente fora do circuito normal de salas e espetáculos. À distância, lembro-me de sair perfeitamente deslumbrado com a banda, e de ter comprado logo no merchandising o "Christ 0", que estavam a promover.

Ainda relativamente pouco conhecidos para a grande maioria – "Christ 0" era o seu 5º longa duração de estúdio – fizeram com que tenha acompanhado a sua carreira até aos dia de hoje, ano em que apresentam o seu 9º álbum de estúdio com o lançamento o seu novo “The Ghost Xperiment – Awakening”.

Com apenas 6 musicas e pouco mais de 45 minutos, este álbum começa um novo capitulo conceptual, com um segundo tomo a ser lançado em 2020. Numa primeira escuta, fica uma sensação de não estarmos perante um disco surpreendente na sua essência, mas que mantem as qualidades do seu som, apresentando ao bom estilo do rock progressivo canções longas, que misturam agressividade, melodia e uma grande dose de mestria por parte dos seus executantes.

"Cold December Night" e "The Ghost Xperiment", faixas de avanço do álbum e respectivamente de abertura e fecho, são faixas que ficam imediatamente no ouvido, misturando os ingredientes clássicos dos Vanden Plas. Complementadas por mais 4 faixas, que são tão diversas quanto homogéneas, com o som da banda, melodia e groove, com guitarras poderosas, uma grande secção rítmica, e uma voz tão poderosa quanto invulgar.

A sensação que fica ao longo do disco é que Stephen Lill é o maestro desta orquestra e as suas guitarras são o motor que desbrava caminho, juntamente com o seu irmão na bateria, para abrir caminho para a voz inconfundível de Andy Kuntz, que assume o papel de mestre de cerimónias.

Muitas vezes se discute a capacidade de renovação das bandas: fazer cada trabalho uma disrupção no seu som, versus a tentação de fazer sempre o mesmo álbum, mas é facto é que os VP não têm feito mudanças relevantes no seu som de álbum para álbum, mas conseguem apresentar uma frescura e actualidade no seu som, que leva a que cada álbum seja sempre uma obra (quase) perfeita. E temos exemplos de bandas que têm dado tiros ao lado quando se tentam renovar, como o exemplos dos últimos dois trabalhos dos Dream Theater.

Diria que para os fãs da banda e do género, será sempre um excelente disco, apesar de repetir uma formula vencedora de outros discos.

Nota: 8/10

Review por Pedro Rego