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Entrevista aos Psychotic Waltz


Os Psychotic Waltz estão de volta!! A banda voltou à carga com um álbum insanamente incrível... para aqueles que esperaram ansiosamente... a espera acabou! E Devon Graves, uma das melhores vozes da cena metal atual, conversou com a Metal Imperium sobre o novo lançamento, a reunião e outros tópicos interessantes. O metal progressivo está no seu melhor em 2020 com "The God-Shaped Void"... entra no mundo incrível da banda!

M.I. - Em primeiro lugar, ouvi o vosso novo álbum várias vezes nos últimos dias! É insanamente bom! Estou tão feliz que esteja, finalmente, pronto!

Obrigado!


M.I. - A banda regressou oficialmente em 2010, 13 anos depois de ter cessado atividade. Por que decidiram voltar?

Estava na hora. Eu queria voltar há já algum tempo. Quando o Ward me procurou a dizer que ele, o Brian e o Norm estavam a tocar novamente, eu disse-lhe que, se conseguissemos voltar com o Dan, eu também entraria. Felizmente, ofereceram-nos a tournée Power of Metal logo depois, e esse foi o catalisador que colocou tudo em movimento.


M.I. - Agora, com a formação original e um novo álbum... a química entre os membros voltou a aparecer? Ou nunca foi um problema?

Nunca foi um problema.


M.I. - A banda formou-se em 1986... há 34 anos... quão intensa foi a jornada dos Psychotic Waltz até agora?

São dois capítulos diferentes com um intervalo de 15 anos.


M.I. - Demoraram sete anos a preparar o novo álbum "The God-Shaped Void"... não é cansativo e chato trabalhar sete anos no mesmo material?

De modo nenhum. Fizemo-lo devagar, música por música, mas na verdade não estávamos sempre a trabalhar no mesmo material. Nova música... nova música... nova música... Entendes? Foi sempre material novo até terminarmos.


M.I. - Como foi voltar ao estúdio depois de tantos anos? Estranho ou emocionante?

O meu estúdio é em minha casa, portanto foi apenas mais um dia da minha vida. Desta vez, porém, eu estava a gravar um álbum dos Psychotic Waltz, e foi muito inspirador e divertido, apenas por esse facto. Eu gostaria de poder ter ido para San Diego quando a banda gravou com o Ulrich Wild. Mas como eu iria fazer todas as vozes em casa de qualquer maneira, não teria muito o que fazer, apenas estaria lá a incomodar. Mas secretamente desejei estar lá. Eles mantiveram-me atualizado, postando diariamente e enviando fotos.


M.I. - Na tua opinião, quão diferente é gravar um álbum hoje em dia quando comparado a 1996, o ano em que lançaram o "último" álbum "Bleeding"?

É praticamente o mesmo. Somente os média é que mudaram, o que tornou este álbum possível. Se ainda estivéssemos a usar fita analógica, este álbum não seria como é. Isso e a gravação em casa, que eu realmente adoro, são uma grande parte do processo nos dias de hoje.


M.I. - Quão complicado é ter um cantor que mora no estrangeiro? As coisas demoram muito mais a acontecer? Como ensaiam?

Como eu sou esse cantor, posso dizer que morar aqui tem pouco a ver com o tempo que demorou. Certamente retarda a comunicação. A banda só ensaia uma vez por semana, se tiver sorte. Eu só tenho que fazer os meus ensaios sozinho com uma gravação que não tem vozes principais. Nos dias de hoje, só tocamos juntos em palco.


M.I. - De acordo com o comunicado de imprensa, "The God-Shaped Void" é o produto de um perfeccionismo cuidadoso e estudado... os fãs podem realmente confiar nesta opinião tendenciosa da editora? Eu admito que concordo absolutamente com ela!

Estou confortável com isso.


M.I. - De onde vem o nome “The God-Shaped Void”, já que não há nenhuma faixa com esse nome?

O título resume o assunto das faixas individuais. Cada música é como um sintoma diferente da mesma doença, no que diz respeito ao estado do nosso mundo hoje.


M.I. – O Travis Smith é responsável pela arte da capa novamente. Qual é o seu significado?

São apenas as suas interpretações do título do álbum e de algumas das letras.


M.I. - Nos primeiros tempos, a banda teve mais impacto na Europa do que nos Estados Unidos... alguma razão para isso acontecer?

Provavelmente porque a Europa, naquela altura e ainda agora, tem uma próspera comunidade de metal, enquanto a América muda em grande parte com as tendências populares. Quando começamos, o metal estava em declínio como principal forma de arte pop nos EUA e estava prestes a ser ofuscado pelo hip hop, grunge e alternativa. Havia cada vez menos espaço e apoio para o Metal nos EUA. Embora pareça que pode haver um retorno. Os Black Sabbath chegaram a número 1 com o álbum “13”, por isso... Quem sabe?


M.I. - Basicamente, nos últimos 10 anos, a banda tem tocado ativamente todos os sucessos e músicas antigas... como foi possível fazer tournée durante quase 10 anos sem lançar material novo? As pessoas não estavam cansadas de ouvir as mesmas músicas repetidamente?!

Não tocamos muito. Apenas alguns festivais e pequenas tournées. Ficarias entediada se os Zeppelin ou os Sabbath tocassem apenas músicas dos quatro primeiros álbuns? Não para nos comparar com eles, mas entendes o que quero dizer. De facto, há muitas músicas antigas que as pessoas querem ouvir que ainda não tocámos. Aliás, poderíamos fazer uma tournée só com as músicas que nunca tocámos durante estes anos todos, mas as pessoas ainda têm as suas favoritas. Acho que não entediámos ninguém.


M.I. - Saber que as pessoas estão tão empolgadas com o vosso álbum "The God-Shaped Void" deve ser um ótimo sentimento, não é? Com que frequência o ouves?

Eu ouço-o sempre que o quero mostrar a alguém. Parece haver alguma magia em torno deste lançamento, e estamos realmente ansiosos para ver como tudo acaba.


M.I. - Qual a tua faixa favorita do novo álbum? Por quê?

Eu adoro todas. A que tem maior variedade de elementos provavelmente será "The Fallen", e eu gosto disso. "All The Bad Men" é uma das favoritas por causa da produção e da melodia.


M.I. - Já existe um lyric video para "Devils and Angels" e o vídeo oficial de "All The Bad Men"... por que optaram por estas faixas para mostrar o álbum?

Tivemos a oportunidade de fazer 3 ou 4 vídeos (alguns ainda estão por vir ...), então cada um de nós fez uma lista com as suas escolhas pessoais. Pegamos nas que tiveram mais votos. “All The Bad Men” foi uma das que todos escolheram, então foi a selecionada para o vídeo de animação.


M.I. - A banda assinou com a InsideOut Music. Como surgiu esse acordo? Receberam outras ofertas?

Tivemos algumas ofertas na mesa. Mas eu tenho estado com a InsideOut todos estes anos com os Deadsoul Tribe e The Shadow Theory. Eles sempre foram bons para mim. E também estavam à espera que nos reuníssemos. Eu sabia que estaríamos na InsideOut.


M.I. - Agora que quase 24 anos passaram desde "Bleeding"... existem grandes diferenças no som e na maturidade de "The God-Shaped Void" e dos outros álbuns? A experiência é mais evidente neste lançamento?

Somos mais velhos, mais sábios, mais experientes. E também temos ferramentas que simplesmente não existiam nos dias analógicos. Uma paleta sonora mais rica. Mais faixas de áudio. Estúdios em casa. Além disso, é hora de criar tudo da maneira mais perfeita possível. Não precisamos de desculpar as nossas apresentações dizendo: "O tempo acabou". Além disso, trabalhamos com um engenheiro de gravação espetacular e um engenheiro de mistura também espetacular. E isso ajuda sempre.


M.I. - Esperam tocar em alguns festivais e fazer mini tournées para promover o álbum. Já têm planos?

Sim e sim.


M.I. - Espero que venham tocar a Portugal. Aposto que adorariam tocar aqui e os metalheads ficariam emocionados ao testemunhar a vossa energia ao vivo! Desejo-vos toda a sorte e sucesso para o novo álbum! Últimas palavras?

E se fossemos e tocássemos apenas material antigo? Achas que eles ficariam entediados? Estou a brincar! Gostaríamos muito de ir. E vamos tocar o novo material também.

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Entrevista por Sónia Fonseca