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Le Chant Noir - "La Société Satanique Des Poètes Morts" Review

O segundo álbum deste trio brasileiro inicia-se com o instrumental desconcertante “Messe Noir”, sendo seguido pelo tema “Le Vampire” que parece saído de “Kisses Bloody Kisses” dos Type O Negative, até que entra a voz torturada de Lord Kaiaphas e a bateria em blast beat de Leonardo Pagani (aka Malphas). A entrada de uma voz feminina acrescenta um lado teatral à musica, aproximando-os dos Arcuturus.

A voz feminina volta a ter destaque no tema seguinte, a par das teclas de Pagani, “Pirére à Satan”, é ostensivo na instrumentação assim como nas vozes, o que parece ser o som de assinatura dos Le Chant Noir, parecendo querer tomar partido de todos os instrumentos de que dispõe. O mesmo se nota mais à frente em “La danse Macabre”, com as vozes a narrarem a letra, mas a instrumentação a formarem uma orquestra à sua volta.
“Le nuit de l’enfer” parece mais narrado, com teclas de orquestração a acompanhar, até ao momento em que entram os grunhidos e o órgão, com as guitarras de Marcelo Vasco (aka Mantus) em várias camadas a acumularem-se para contribuírem para o caos do refrão. O caos já se encontra instalado no tema seguinte, “Le Baron Sanglant”, e é aqui que o som de assinatura dos Chant Noir se parece encontrar também, relembrando o primeiro disco de Abbath, mas com o órgão omnipresente.

O instrumental “Marche Infernale” divide o disco ao meio, de uma forma assombrosa e macabra encapsulando bem a atmosfera do álbum, seguindo-se “Les métarmophoses du vampire”, com a voz feminina a dar uma atmosfera quase a lembrar o primeiro álbum e EP de Myrkur, com as guitarras e bateria numa sonoridade semelhantes a esses trabalhos. 
La Société Satanique Des Poètes Morts é um disco complexo em termos de sonoridade que é exarcebante de escutar, mas que recompensa o ouvinte que se atreva a percorrê-lo de uma ponta a outra. No entanto, para fãs black metal poderá demasiado aventuroso, e para fãs de metal progressivo não suficientemente abrangente, percorrendo uma linha curiosa entre o teatral e complexo e o brutal e negro. 
Com efeito, o último tema (sem contar com a pequena faixa de encerramento do álbum) “Eloa, el bel ange”, é mais um tema black metal teatral com elementos orquestrais, que o torna mais próximo dos Carach Angren, do que os Arcturus, por exemplo.

Nota: 7/10

Review por Raúl Avelar