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Entrevista aos Everlust


Esta banda de Gothic Metal de Riga, Letónia, combina as melhores melodias de sempre no seu mundo e misturam-nas com sons melódicos e Gothic Rock. O resultado? Este incrível EP chamado “The Tale of the Noble Knight”, lançado no dia 13 de maio, pela WormholeDeath.

M.I. -  Olá, pessoal. É um prazer conhecer-vos. Saudações de Portugal para a Letónia. Espero que estejam bem! 

Olá, Metal Imperium e saudações aos nossos ouvintes portugueses! Obrigado pela oportunidade de realizar esta entrevista. É sempre um prazer entrar em contacto com os nossos seguidores.


M.I. -  Podem, por favor, partilhar com os leitores, a vossa trajetória na indústria da música e a escolha do vosso nome?

Os Everlust começaram como um projeto de um homem só por volta de 2006, pois eu queria sentir-me realizado na música. O nome foi escolhido como inspiração e o pensamento de um nome com uma só palavra. A luxúria aqui não se refere a um contexto negativo, é mais algo que sempre te impulsiona para a frente, um dos principais instintos humanos. Se tens paixão ou desejo por qualquer coisa - tens boa vontade para fazer algo! Depois de algumas tentativas frustradas de reunir uma banda, gravei a primeira demo “Unreal” e fiquei um tempo afastado da música. Em 2013, outra tentativa de formar uma banda foi bem-sucedida, e ali começou outro capítulo na história dos Everlust. O primeiro concerto em 2014, o primeiro álbum em 2017 e em 2020 veio o contrato com a WormholeDeath. É claro, muitos cumprimentos à agência THP Production, por partilharem a nossa música.


M.I. -  O novo EP “The Tale of the Noble Knight” foi lançado pela WormholeDeath, no dia 13 de maio. Falem-nos mais sobre esta editora, as bandas de Metal com as quais eles lidam e como é que eles entraram em contacto convosco, por favor!

Bem, como disse antes, a nossa empresária Agrita, da THP Production, partilhou a nossa música com a WormholeDeath e eles gostaram. A WormholeDeath é uma grande editora, com sede em Itália, mas as suas bandas estão localizadas por todo o mundo. São todas excelentes e eles selecionam-nas com cuidado. Como disse, todas as bandas tocam ótimas músicas de alta qualidade. Por isso, estamos muito orgulhosos de fazer parte desta editora e recomendamos que ouçam as bandas que dela fazem parte. 


M.I. -  Este incrível EP é sobre um cavaleiro que viajou muito, lutou muitas batalhas e finalmente voltou a casa para descansar. Quem é este homem? Como é que compuseram as letras e o conceito?

Sim, obrigado! O nosso Max é um bom compositor. Quando ele me mostrou as suas recentes composições, eu sabia qual a música dos meus temas se encaixaria neles. Eu pessoalmente também componho letras, mas quando vejo algo grandioso e conceitual, por assim dizer, como as letras de “The Tale of the Noble Knight”, dou uma hipótese.


M.I. -  Ele também lida com muitas coisas pessoais, como sentimentos desapegados e a necessidade de mudar o eu anterior. Somos os ‘cavaleiros’ das nossas vidas, e precisamos de fazer algumas mudanças dentro dela? Será que os tempos em que vivemos no presente contribuíram para a construção deste EP? De que forma e quais sentimentos vos fizeram sentir isso?

Sem dúvida, todos nós somos esses “cavaleiros”, todos. Enfrentamos as mesmas “batalhas” na nossa vida quotidiana e precisamos de parar, descansar e olhar para nós mesmos e talvez mudar um pouco para nos tornarmos uma versão diferente e talvez melhor de nós mesmos. Como disse Rainis, um dos maiores poetas letões: “Aquele que muda, sobreviverá”.


M.I. -  Cada música, que é incrivelmente bonita, tem o seu contexto pessoal. Haverá uma continuação da história do cavaleiro, como uma trilogia? Têm mais demos completas ou parcialmente terminadas?

Não estamos a planear continuar a história do cavaleiro. É claro que temos muitas ideias do material a seguir, mas citando o pensamento anterior, estamos a planear mudar. Isso não significa que nos vamos afastar das nossas vibes góticas. Nem pensar. Mas temos surpresas, por isso fiquem atentos.


M.I. -  “Nostalgie” é o remake da música demo do álbum de 2007 da banda. Porque é que escolheram esta música e que arranjos tiveram de fazer para que a faixa soasse tão fresca e contemporânea? 

Acho que “Nostalgie” é uma ótima música e eu queria dar-lhe uma segunda oportunidade, já que a demo não é realmente um lançamento oficial e todas as vozes foram feitas por mim. Parecia interessante ver como a música soaria com vozes femininas e ótima produção. 


M.I. -  Vocês fizeram uma cover de uma música do século passado: uma cover dos anos 90 da banda sueca Ace Of Base: “Happy Nation” e vocês já a consideraram como um “hino à vida”. Porque é que vocês consideraram essa música um hino? O que é que essa música significa para vocês, pessoalmente, e são fãs dessa banda? 

Eu sempre gostei desta música e queria fazer a cover há quase 15 anos. Agora era uma boa altura para o fazer. A situação no mundo agora precisa de lembrar-nos dos valores da humanidade. Se leres a letra, verás que a salvação está em ser humano e bom. 


M.I. -  Tem muitos sons Gothic Rock e sons melódicos. Quais foram as vossas inspirações para a criação deste som incrível e único?

Foi o nosso próprio som inspirado em bandas, como Theatre of Tragedy, Paradise Lost, HIM, Lacuna Coil, Draconian, Sentenced e muitas outras performances lendárias góticas, mas é claro que os nossos produtores de álbuns e de EPs, Ricky da Titans Lab e o Carlo da WormholeDeath, deram o seu acréscimo.


M.I. -  A vossa demo de 2007 “Unreal” começou tudo para vocês (7 faixas originais e uma cover dos Depeche Mode – “In Your Room”) e agora este EP. Que mudanças vocês notaram, liricamente e musicalmente, dos últimos anos até agora?

As mudanças são significativas, já que a demo foi feita por mim em 2007 e este EP atual, é produzido pela WormholeDeath. Bem, a demo foi feita por um homem só e outro ajudou gravá-la e este EP é o resultado de toda a banda a trabalhar com a editora. Existem diferenças no som, mas a qualidade da versão mais recente é inquestionável.


M.I. -  Uma cover da música dos Roxette – “I'm Sorry” e uma faixa bónus – a cover do Nick Cave & Kylie Minogue – “Where The Wild Roses Grow”, está no vosso primeiro álbum, de 2017: “Hurts to Live”. Foram difíceis de reproduzir e de cantar? Porquê estas?

Roxette é uma das minhas bandas e inspirações favoritas. As suas composições e apresentações são algo lendário e eterno. Como muitos músicos preferem fazer covers de músicas mais populares, nós voltamo-nos para músicas menos populares e subvalorizadas. “I’m Sorry” é uma ótima música e existe sempre um facto interessante sobre covers em álbuns... eu ofereci a música e gravei todas as partes instrumentais e a vocalista tem de aprender e dar a sua interpretação na música específica. É uma criação bastante impulsiva.


M.I. -  Em 2017, vocês tocaram num dos maiores festivais da Letónia – “Zobens un Lemess” Open Air. Sobre o que se trata esse festival? Que bandas viram?

É um dos maiores festivais ao ar livre da Letónia, mas concentra-se principalmente nos estilos Folk e Dark Metal. Tivemos uma grande oportunidade de participar e foi uma experiência muito boa. Vimos muitas bandas letãs ótimas que já conhecemos, mas também havia grandes bandas de outros países.


M.I. -  Vocês vêm de Riga, que é a capital do vosso país, a Letónia. Como é a cena Metal no vosso país? Têm muitos concertos e festivais? Poderiam dar-nos uma perceção do que se passa no vosso país?

Sim! Riga é muito simpática a oferecer concertos às bandas de todo o mundo. Basta entrar em contacto com a THP Production ou com os nossos grandes clubes, como o Republika ou o DEPO e eles oferecer-vos-ão a possibilidade de um concerto. 


M.I. -  Vocês tiveram várias mudanças na formação e, com isso, veio um contrato com a agência THP Production. Parabéns pelo sucesso. Vocês merecem-no! Têm planos para uma tournée? Para que países? Gostariam de vir para Portugal? Partilhem, por favor, o vosso futuro e o do vosso EP!

Sim, obrigado! Temos planos de fazer uma tournée, mas devido às recentes mudanças na formação, tivemos de adiar a tournée. Estamos prontos para andar em tournée e gostaríamos de vir a Portugal, é claro. Como a tournée é algo que precisa de ser planeada, tentaremos planeá-la para a próxima primavera ou verão, portanto fiquem atentos!


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Entrevista realizada por Raquel Miranda