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Entrevista aos Samael


Os Samael são uma banda suiça que influenciou muitas bandas underground. Nos seus primeiros álbuns, eles tocavam um Black Metal pesado, intenso e fabuloso. Infelizmente, o seu som sofreu alterações com a adição de uma drum achine, que contribuiu para umas vibrações mais eletrónicas. Recentemente, os fãs portugueses foram presenteados com dois concertos, em suporte dos grandes Moonspell. Ambos os concertos foram dedicados ao material mais antigo, nomeadamente ao “Ceremony of Opposites” no Porto e ao “Passage” em Lisboa.
Após o concerto no Porto, a Metal Imperium teve o prazer de conversar com Vorph, o “cabecilha” da banda, nos bastidores do Coliseu do Porto. Aqui fica a conversa...

M.I. - O que acharam do concerto?

Nós gostamos muito!


M.I. - Não acharam o público muito “controlado”?

Sabes, este é um concerto dos Moonspell. Somos convidados, mas foi bom!


M.I. - Não sei se te lembras mas vocês vieram cá promover “Ceremony of Opposites”...

Os Cannibal Corpse e os Moonspell também tocaram! Foi a primeira vez que nos encontramos! Eles não estavam em tournée, apenas fizeram aquele concerto!


M.I. – Não foi nesse! Mas vocês tocaram aqui no Porto com os Tiamat, Hypocrisy...

Ah, isso foi depois, porque o primeiro foi em 94, e esse foi em 95.


M.I. – Sim, vocês tocaram e as pessoas ficaram loucas! Lembras-te desse concerto?

Não exatamente, mas lembro-me de tocar aqui com os Tiamat num local ao ar livre...


M.I. – Sim, foi numa escola... Nunca me vou esquecer disso, porque quando vocês tocaram “Till we meet again”, houve um enorme mosh pit! Por que tocaram “Ceremony” hoje e vão tocar “Passage” amanhã?

Essa é uma escolha dos Moonspell! Eles pediram e nós ficamos tipo “por que não?”. Acabamos de fazer uma tournée com o “Passage”. Nunca tocamos o “Ceremony” na íntegra com esta formação, porque o Ales entrou há apenas três anos e depois veio o covid. Por isso, dissemos aos Moonspell que o faríamos e sei que o Pedro é um grande fã de “Ceremony of Opposites”.


M.I. – Os Samael começaram como uma banda de black metal e o som mudou ao longo dos anos!

Sim, especialmente com “Passage”, este é o álbum onde começamos a trabalhar com a bateria eletrónica, e nós passamos a integrar um som mais industrial, mais diferente na nossa música.


M.I. - E por que começaram a trabalhar com bateria eletrónica?

São todas as consequências de outras coisas. Tínhamos um teclista que se juntou para o “Ceremony of Opposites” e depois saiu da banda, e estávamos à procura de outro. Não conseguimos encontrar um na área onde estávamos e o Xy não queria qualquwe um... quer dizer, ele poderia tocar o teclado obviamente, porque ele fazia todos os sons, mas não queria ter mais ninguém, mesmo que tivesse que sacrificar o seu lugar como baterista, por assim dizer. E escolhemos essa opção. Passamos a ter uma configuração diferente.


M.I. - Ele tocou bateria no “Ceremony of Opposites” e eu pensei que iria vê-lo tocar bateria esta noite! Houve pessoal que ficou dececionado com isso!

Na verdade, tocamos o “Ceremony Of Opposites” inteiramente quase 40 vezes. Alguns anos atrás, para o aniversário dos 25 anos, as pessoas esperavam que usássemos a bateria, mas não o fizemos... quer dizer, fizemos um projeto com os dois primeiros álbuns onde na verdade o Xy tocava, mas não iria fazer sentido ter esses sons programados porque eles eram muito brutos, sabes?!


M.I. - Agora sentem-se bem a tocar esse material antigo, considerando que o vosso material mais novo é um pouco diferente?

Na verdade, não penso quando estou a tocar ao vivo! Mas não podes levar a tua mente de volta para aquele momento, porque essa mentalidade é um pouco diferente, é como se tentasses alcançar o teu “velho eu” ou teu “jovem eu”, como lhe queiras chamar! Tentas alinhá-lo com a maneira como estava a pensar naquele momento, e é assim que provavelmente podes apresentar o álbum da melhor maneira.


M.I. - Mas ainda se identificam com esse material?

Eu teria dito as coisas de forma diferente hoje. Basicamente em muitos assuntos, como religião, por exemplo, era a minha forma de me expressar naquela época.


M.I. – Sim, porque com a idade vem a maturidade!

Supostamente, sim! Supostamente!


M.I. - Mas ainda aprecias Black Metal?

Eu realmente não ouço metal. Hoje o nosso empresário ofereceu-me o primeiro álbum dos Venom em vinil, a edição rara, porque eu tinha o original, e vou tocá-lo em casa, é claro. Isso era o que eu ouvia quando tinha 14 anos ou algo assim, mas realmente não acompanhei a banda. Não estou a acompanhar o que acontece na cena metal, mas sempre que ouço algo interessante, num festival, vou verificar, tento acompanhar o que está a acontecer.


M.I. - Mas ouves música em casa?

Sou um grande fã de música, ouço muita música clássica, principalmente quando não tem letra. Mas, de um modo geral, adoro ouvir musicais, principalmente peças de piano.


M.I. - Em julho de 2017, a banda apresentou "Worship Him" e "Blood Ritual" sob o nome de W.A.R. Por quê?

Isso foi algo que fizemos quando ainda tocávamos com o nosso antigo teclista Mas no local de ensaio. Tentamos duas ou três músicas com o Xy na bateria para nos divertirmos e depois pensamos “Uau! Talvez devêssemos fazer um concerto apenas com isto!” e depois nunca mais pensamos nisso. O Xy faz parte de um festival na Suíça e o tipo que organiza o festival perguntou-lhe se poderíamos tentar tocar isto ao vivo lá. E esta nossa ideia nunca partilhamos com ninguém! Quando eles a sugeriram, pensei “Fogo, esta é a nossa oportunidade! Vamos tentar! E fizemo-lo e só deveria acontecer uma vez, mas aconteceu duas.


M.I. - Muitos fãs ficaram desapontados quando vocês deixaram a bateria, porque acharam que o som perdeu a sua essência. Naquela época, as pessoas criticavam muito as decisões que as bandas tomavam!

Sim, mas tu fazes o teu trabalho e se as pessoas não gostarem, têm muitas outras bandas para ouvir. Felizmente ainda havia pessoas que nos ouviam, e por isso poderíamos continuar a fazer concertos e tal, mas sei que algumas pessoas não aceitaram essa mudança e lido bem com isso.


M.I. – Ok, ok, eu pensei que poderia ser porque o Xy se cansou de tocar bateria!

Não, o Xy trabalha com bandas eletrónicas, com vários projetos e tocava nos W.A.R.. E, um dia, ele disse “Eu não faço mais isto! Se quiseres continuar, precisas de outro baterista”. Portanto, acho que não vamos fazer muito mais com esse projeto.


M.I. - Vocês têm demorado cada vez mais tempo entre álbuns, certo?! Entre o “Lux Mundi” e o “Hegemony” houve um intervalo de seis anos. No próximo ano, fará seis anos desde o último álbum!

Mas, desta vez, demoraremos sete anos, porque no ano que vem temos em mente gravá-lo, mas não será lançado, com certeza!


M.I. - Então será lançado em 2024?!

O problema, quando tens tantos álbuns, acho que são 10 ou algo assim, depende de como os contas. Quero dizer, se contarmos com o mini-álbum de meia hora, eu diria que temos 10. É preciso dar um passo e leva mais tempo porque, às vezes, ficamos presos e sentimos que não podemos ir mais longe, e que estamos a fazer a mesma coisa... leva tempo e talvez demore mais e mais... talvez seja o último álbum porque vamos ficar muito velhos ou sei lá!


M.I. – Olho para os vossos lançamentos e vejo relançamentos de singles. Este ano relançaram “Dictate of transparency”. Fazem estes relançamentos para manter os fãs interessados?

Não, era para nós mesmos. Quero dizer, durante o covid, fizemos um videoclipe para este e um videoclipe para a cover de "Helter Skelter" dos Beatles que fizemos naquele álbum. De alguma forma, para nós isso não estava terminado, mas tivemos que parar de fazer tournées, parar de fazer concertos por dois anos, como qualquer outra banda. Sentimos que ainda deveríamos tentar. Isso não é um relançamento, é um single. Tentamos chamar a atenção para esta música, porque sentimos que ela ressoou com o momento e sentimos que talvez seja a hora de ter mais atenção, pelo menos na nossa mente. Temos mais músicas do que tínhamos, mas ainda temos que gravá-las, e é isso que faremos no ano que vem.


M.I. - O covid afetou-te? Porque durante os bloqueios, eu não tinha vontade de fazer nada. Fiquei tão desapontada, não sabia o que esperar! Muitas pessoas foram criativas enquanto outras ficaram desapontadas!

Acho que bebi muito mais do que o normal e continuei a beber desde então, mas tudo bem, ainda não sou alcoólico... mas dizemos sempre isso! Lol! Mesmo assim, conseguimos tocar juntos pelo menos todos os meses, embora não tivéssemos concertos. Tocamos algumas músicas, depois ouvimo-las e tentamos fazer uma demo. Esse foi o nosso momento de ver se ainda há futuro para nós, porque estamos a preparar um álbum, e ele tem de ser lançado em algum momento.


M.I. - Mas sentiste-te criativo? Escreveste muitas músicas?

Sim, tentei não pensar muito sobre isso. Apenas temos de nos adaptar à situação! É um privilégio, de alguma forma, ter todo o tempo do mundo para escrever música. Não havia concertos, não havia tournées, não havia nada, e eu podia passar a semana inteira em duas linhas de uma música, eu posso fazer isso!


M.I. - Então vocês são músicos a tempo inteiro?

Sim, mas não vivo à grande! O Xy trabalha para um festival, só para ganhar dinheiro, e é um part-time. O Drop tem o seu próprio estúdio. O Alex era professor na universidade. Ele deixou esse emprego para tocar connosco e não se arrepende da sua escolha porque já estava saturado.


M.I. – A banda tem quase 35 anos! Sentes-te velho?

Não, eu não me sinto velho! Quando o corpo começa a não funcionar bem, tens que te adaptar, mas ainda assim sentes que farás o melhor que puderes até ao dia em que tudo se desmoronar.


M.I. – Por mais quantos anos achas que vais continuar com os Samael?

Não faço ideia! Eu sou como todo o mundo. Eu vejo as bandas mais antigas e penso se conseguiremos chegar lá. Eu não acho que muitos músicos passaram dos 75 anos no mundo do rock/metal e normalmente se eles continuarem é meio “nah, não é tão bom assim”, e não sei... quer dizer, se nós não morrermos ou não ficarmos doentes antes, talvez possamos ir mais longe, mas, em algum momento, tudo se vai desmoronar.


M.I. - Existe algum objetivo que ainda desejas alcançar com os Samael?

Muitos!! Ainda queremos tocar. Há muitos lugares no mundo em que nunca tocamos como a China, África. Sei que há um Festival na África do Sul e nunca tocamos lá. Nós nunca estivemos na Austrália e quero ir lá e já estivemos uma vez no Japão, mas quero ir lá novamente.


M.I. - É estranho porque vocês são uma banda tão famosa e não tocaram na China e algumas bandas mais pequenas já tocaram lá... isso significa que a editora deles está a fazer um melhor trabalho promocional?

Sabes, nesses lugares a editora não ganha dinheiro e por isso eles não se importam. Isso não é coisa de editoras, tu tens que encontrar o caminho para entrar no país. Estivemos na América neste verão, em Las Vegas num festival e em San Diego e LA, mas nunca tocamos em Nova York, nunca tocamos em Vancouver... tantos lugares e só queremos tocar porque ainda estamos em boa forma para fazê-lo porque não sabes quanto tempo isto vai durar.


M.I. – Eu vi uma publicação tua nas redes sociais em que disseste que te estavas a preparar para uma nova tournée e estavas no ginásio.

Farei 54 anos daqui a alguns meses e, se não fizer nada, fico enferrujado e não pode ser. 


M.I. – É cansativo fazer um concerto?

Sim! Mas não é muito mau se estiveres em boa forma!


M.I. – Então, o que ainda te inspira a continuar com os Samael? Em que focas as tuas letras nos dias de hoje? Sobre o que escreves?

Eu nunca sei exatamente o que está a acontecer. Quero dizer, eu sei sobre o álbum, e enquanto não está terminado, posso mudar o título, posso ter outro ângulo em algum ponto da música, ele ainda está a mover-se de alguma forma, mas as bases estão lá. Às vezes vem-me alguma ideia e eu reajo, sabes? Eu não escrevia sobre religião há muito tempo porque já não tinha interesse, mas escrevi sobre isso em “Hegemony”. Eu venho de um lugar muito religioso e Portugal também, e sabes do que estou a falar. Mas, um tema, num momento, já e  a história de ontem, e tu não lhe ligas mais, mas acho que depois do 11 de setembro, a religião voltou à mesa, não para mim, mas em geral, na sociedade, porque foi uma identificação. Religião é cultura e fomos atacados por uma cultura estrangeira e religião estrangeira e tivemos que colocar a nossa religião na mesa e é exatamente isso que não queremos, temos que deixar passar, seguir em frente, e é por isso que escrevi essas músicas, porque senti uma agressão por esta situação. Na maioria das vezes quando leio alguma coisa, penso num título, e talvez tenha alguma coisa, e construo a partir daí...


M.I. - Então não tens um conceito no qual desejas basear o álbum?

Isso nunca acontece! Todas as ideias que reúno, acontecem no mesmo período de tempo, nunca é um conceito, mas de alguma forma há uma ligação entre elas e aí é que se entende o que se está a fazer, porque nunca sabes quando o estás a fazer, mas quando terminas, ficas tipo “oh, sim, tudo bem”. É uma espécie de conceito. Desta vez há mais uma visão política, não sou uma pessoa política, mas é o que digo sobre “Hegemony”, sabes o que é, não podes ignorar o que está a acontecer, chega até nós o tempo todo através do telefone, da internet. Mesmo naquela época eu não ligava a TV, só lia e nem sabia o que estava a acontecer. É só sobre a tua história, o teu mundo, constróis a tua própria história... a informação vem de todos os lados, e alguns pedaços passaram para as músicas. Por exemplo, “Dictator of transparency” é mais ou menos sobre isso. Fala sobre como somos moldados por todas as informações que recebemos.


M.I. - Moras na Suíça, um país com 3 culturas diferentes. Elas influenciaram-te?

É claro! De alguma forma, estamos no centro da Europa. Acabamos de falar sobre o covid e a Suíça nunca estava à frente do resto sobre a decisão... eles estavam a olhar para a França, para a Alemanha, para ver o que estava a acontecer e estavam a tentar ter um meio termo sobre as restrições, sobre tudo.


M.I. – Foi muito estranho ver um país tão evoluído como a Suíça, com regras tão diferentes das que tínhamos aqui em Portugal!

Isso praticamente dividiu as pessoas, porque ou aceitas as regras ou luta contra elas, mas não sabes o que é certo! Quer dizer, foi tudo exagerado. Tive essa discussão com um amigo meu esta manhã. Ele é da Suécia mas mora na Alemanha e disse “Vamos esperar cinco, seis, dez anos, e vamos entender o que aconteceu!”. Porque agora a gente não sabe... talvez tenha sido demais, talvez não, porque agora estamos bem, mas há informações de que uma nova variante está aí a chegar e a quarta vacina já está a ser administrada.


M.I. - Sim, mas estamos numa situação pior agora com a guerra na Ucrânia, não achas? Acabamos de sair do covid e não pensei que iríamos chegar a isto!

Agora estamos numa guerra, é a mesma coisa, sabes? Também dividiu muito as pessoas! Já tocamos na Rússia muitas vezes, já estivemos algumas vezes na Ucrânia e temos amigos envolvidos... quer dizer, não estamos em contacto com eles agora, mas... na Rússia talvez nunca mais toquemos lá! Não sabemos, se realmente voltarem a fechar tudo...


M.I. - Acho que a única solução seria matar o Putin!

Não tenho solução para isso! Sim, pode ser uma solução, mas quem vai ficar no comando depois?! Não se sabe! Pode ser ainda pior! Sabes o que aconteceu com o Kaddafi... quero dizer, nunca gostei daquele tipo, mas depois que ele se foi, não tenho certeza se o país está num lugar melhor agora. Não sei exatamente porque não estou bem informado! Afasto-me da política porque não a entendo. A política é um pouco complexa! Sabes, não há segurança, as coisas estão a mudar e temos que nos adaptar e tentar manter na linha de alguma forma.


M.I. – Sim, basicamente temos que viver dia após dia, sem planos a longo prazo! Tu e o Xy são irmãos... ser irmãos facilitou ou complicou as coisas para os Samael?

Não sei! Eu nunca tive a experiência de trabalhar com outra pessoa! Mudamos ao longo dos anos, mas de alguma forma sempre conseguimos concordar... algumas das coisas que eu penso hoje, ele pode entender exatamente o que eu estou a pensar, porque pensamos um pouco diferente, porque estamos na mesma página ainda, mas não estamos exatamente na mesma linha.


M.I. - Estiveram envolvidos com muitas editoras: Nuclear Blast, Century Media, Regain e Napalm Death! Ainda está com eles?

Sim, quero dizer, nunca se sabe!


M.I. - Eles não vos “obrigam” a lançar material?

Quero dizer, nunca podes dizer que sabes, mas acho que não teremos outra editora depois da Napalm! Eu acho isto, porque eles são muito porreiros! Nós começamos quase ao mesmo tempo e confiamos uns nos outros e isso é importante! O single “Transparency”, eles não tiveram problemas em lançá-lo quatro ou cinco anos após o lançamento do álbum, porque para eles ainda é algo atual e nós conversamos sobre isso antes de assinarmos, dissemos-lhes que tínhamos o nosso ritmo de fazer as coisas!


M.I. - Mas achas que seria o mesmo com bandas menores, porque vocês estão numa posição em que eles sabem que podem confiar!

Não sei dizer, mas fomos menores noutras editoras! Estávamos a ver todas as bandas da Century Media a ir em tournée e esse era o nosso objetivo na vida, “Vamos sair do nosso lugarzinho, vamos dar a volta ao mundo, vamos tocar esta música para o máximo de pessoas possível”, e tentamos convencê-los, mas eles nunca ficaram realmente entusiasmados connosco. Sempre foi assim! Quando fazíamos um novo álbum, eles diziam “Uau”, era sempre uma grande surpresa, mas, por outro lado, eles nunca nos apoiaram! Porque se chamares a atenção, deve haver algumas forças por trás para te dar oportunidades.


M.I. – Já é tarde, deixa-me perguntar-te mais uma coisa... há alguma coisa na carreira dos Samael que gostarias de ter feito de outra maneira?

Não penso assim, porque já está feito! Se pensasses de forma diferente, estarias noutro lugar, e seria diferente! Estou bem com o lugar em que estamos agora, sabes? Com o lineup tivemos algumas mudanças e, às vezes, não há outras oportunidades! Esta é uma grande questão para mim e penso quanto poderíamos escolher?! Porque aparentemente somos livres para escolher, mas há muitas coisas que estão além de nós e ao nosso redor e às vezes não há muitas opções! Acho que ainda temos liberdade de escolha, mas não sei qual é a moldura, porque também faz parte da nossa história. Se queres construir algo, e pensas no que deverias ter feito de forma diferente, não estarias onde estás hoje! Talvez até estivesses, mas poderias ter tomado outro caminho! Não se sabe! Essa é uma grande questão! Todo o mundo pode olhar para trás na sua vida e pensar “oh, se eu tivesse casado com esta miúda, casado com este tipo, tanto faz”, provavelmente as coisas seriam completamente diferentes!


M.I. - Não te vou chatear mais! Gostaria de perguntar se desejas partilhar uma mensagem final com os nossos leitores?

Obrigado pelo apoio! Esta é a única coisa que eu poderia dizer porque as pessoas estão a apoiar-nos, querem ouvir sobre nós! Sem eles não estaríamos aqui porque, a dada altura, se ninguém se interessar, tens de fazer outra coisa!


M.I. - Podes prometer-nos que lançarão um álbum até 2024?

Sim, com certeza seria... a menos que haja algo mais ou algo inesperado! Mas pela nossa parte, se não houver uma catástrofe, vamos deixá-lo de lado até o final do ano! Acho que voltaremos a ele no início do ano que vem e talvez o gravemos em março ou algo assim... levará muito tempo para ver como vamos lançá-lo, talvez tenhamos um single no próximo ano antes do álbum! Pode ser! Não sei! Espero que sim!


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Entrevista por Sónia Fonseca