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Reportagem: Graveyard e The Quartet Of Woah! @ L.A.V., Lisboa – 28.05.2023


Têm sido dias de fartura no que diz respeito a oferta musical em espetáculos ao vivo. Vários eventos, por vezes em simultâneo nas salas nacionais, o que é de salutar. Hoje a tarde/noite era dedicada aos apreciadores de sonoridades stoner, não da mais tradicional, mas daquela aberta à inclusão de outros estilos, progressiva. A banda principal dispensa apresentações. Já conhecidos do público português, os Graveyard nem precisam de disco novo para sair em digressão. A assegurar a primeira parte, uma banda nacional que encaixou neste evento que nem uma luva. Os nacionais The Quartet Of Woah!

Eram cerca das 19h40 quando a banda de Lisboa começou a debitar os primeiros acordes. “As In Life” estender-se-ia ao longo de 15 minutos, com todas as subidas e descidas, curvas e contracurvas que a música deste quarteto possui. Todos os membros da banda têm uma forte participação vocal na sonoridade do conjunto, com destaque para Rui Guerra, que por trás do seu teclado assume cada vez mais essa função, sempre devidamente ajudado por Gonçalo Kotowikz. O que salta à vista nas atuações ao vivo dos Quartet Of Woah! é a forma como todos eles desfrutam do momento, se há banda que gosta de tocar ao vivo é esta. A setlist para esta noite foi preenchida por muitos temas que, apesar de não serem novos, ainda não foram lançados. “War Junkers”, que fechou a sua atuação de 45 minutos foi apenas um deles.

Cinco anos sem lançar um álbum e isso não parece fazer qualquer diferença para os Graveyard. A banda sueca que conta já com 17 anos de carreira tem “apenas” cinco álbuns editados, mas são cinco bons álbuns, motivos suficientes para proporcionar uma festa à altura da que foi vivida nesta noite. Importa referir que o público, por esta altura, tinha duplicado. Não é que a banda lisboeta não tivesse atuado para uma sala bem composta, nada disso, mas os Graveyard tocaram para uma grande audiência. “Hard Times Lovin´” marcou o arranque da atuação da banda sueca. Eram quase 21h00 e a ansiedade era muita. “Randy” comprovou a fórmula de sucesso do quarteto, que parece viver muito da guitarra solo de Jonatan Ramm. Convém também mencionar a forte batida de Oskar Bergenheim. Não foi preciso esperar muito até que uma espécie de circle pit surgisse nas imediações do palco, momentos depois já havia quem fizesse crowd surfing. Nos temas dos Graveyard todos dão uma ajuda nas vocais, mas existem temas em que a voz principal deixa de ser a de Joakim Nilsson, para ser a do baixista Truls. Foi ele quem cantou “Birds of Paradise” e também “Halet”. O momento mais calmo deu-se com a interpretação do tema “Slow Motion Countdown”, sempre com a guitarra de Jonatan a soar de uma forma arrepiante. A ponta final foi feita com “Goliath” e “The Siren” para alegria de muitos que pareciam conhecer a letra dos temas de trás para a frente. Não sendo das bandas mais comunicativas, os Graveyard não deixaram de agradecer ao público português antes de abandonarem o palco. Voltaram momentos depois para tocarem os temas “Walk On” e “Ain´t Fit to Live Here” que pôs fim a um concerto de 90 minutos que pareceu passar demasiado depressa.


Texto por António Rodrigues
Fotografia por Ana Mendes
Agradecimentos: Amazing Events