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Snorlax - “The Necrotrophic Abyss” Review


Não sou nenhum especialista em Pokémon, mas pelo que me lembro das muitas horas passadas no GameBoy a jogar os 4 primeiros jogos do franchise, o Snorlax era um Pokémon grande, gordo, lento e que passava o tempo todo a dormir. Já Snorlax – projeto australiano do multi-instrumentalista Brendan Auld, que vamos falar – é rápido e carregado de agressão na sua sonoridade, mas como já passaram mais de vinte anos desde os tempos do Pokémon Blue/Red, talvez o Snorlax tenha começado a frequentar o ginásio, viciou-se em café e ficou com problemas de agressividade até 2023 quando saiu este “The Necrotrophic Abyss”.

E, agora sem Pokémon ao barulho, este segundo lançamento da banda é um autêntico peso pesado nas sonoridades mais extremas. Os Snorlax têm um death metal extremamente raivoso e brutal mas que está condimentado na perfeição com riffs com muito groove e uma atmosfera mais negra que o fundo do poço, tudo isto aliado a uma produção cuidada que faz o melhor para destacar os diversos elementos da música pelo meio da aparente derrocada sonora, como também mantêm aquela humildade de ter um certo nível de distorção e manter o tradicional “som de garagem”, tão típico do underground.

Os temas em si são uma lufada de ar fresco, ou talvez melhor, um murro de ar fresco na cara do ouvinte; com bastante diversidade entre si, dando destaque logo no início com “Reawaken”, “Fortification” e “Eternal Decrepitude” como dos melhores exemplos daquilo que foi aqui escrito e que os Snorlax conseguem oferecer.

Ao contrário do Pokémon Snorlax que se evidencia ao ser um obstáculo gigante no meio da estrada, o Snorlax de Brenda Auld é uma pedra preciosa escondida numa gruta escura e à espera de ser descoberta e realmente apreciada, algo que eventualmente irá acontecer.

Nota: 8.1/10

Review por Tiago Neves