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Entrevista às Exit Eden


As mulheres de todo o mundo estão a conquistar o seu lugar em todas as áreas que desejam escolher, especialmente no mundo da música que é um desses exemplos. Este supergrupo, com elementos de outras bandas: Marina La Torraca (Phantom Elite); Anna Brunner (League Of Distortion) e Clémentine Delauney (Visions Of Atlantis), ganharam o respeito e a admiração dos fãs e de outras bandas, pelo que são e pelo que já conseguiram.
Agora que são três mulheres empoderadas (Amanda Somerville saiu para se dedicar à família), o novo álbum: "Femmes Fatales", lançado a 12 de janeiro de 2024, pela Napalm Records, mostrou como as mulheres podem fazer tudo e Anna falou sobre isso e muito mais com a Metal Imperium! Uma entrevista agradável e incrível com uma cantora incrível, e o mais importante de tudo, uma mulher com ótima postura, inteligente e super simpática! Uma pessoa agradável com quem deu gosto conversar!

M.I. - Olá, Anna. Espero que estejas bem. Como estás?

Muito bem! Estive bastante doente durante o Natal e o Ano Novo. Por isso, estou feliz por estar aqui e por me sentir melhor agora. E tu, como estás?


M.I. - Estou bem, obrigada e estou ansiosa por esta entrevista, acima de tudo. É a minha primeira entrevista deste ano!

Uau! Isso é emocionante! Estou muito feliz (sorri)!


M.I. - Tenho o prazer de entrevistar estas raparigas fantásticas para a Metal Imperium! Obrigada pela oportunidade!

Muito obrigada!


M.I. - "Femmes Fatales" foi lançado a 12 de janeiro de 2024, pela Napalm Records. Um disco brilhante, devo dizer. Um disco que fala sobre o poder e o símbolo das mulheres, que assumem o controlo das suas próprias vidas, narrativas e inteligência. É também um disco que mostra a pura energia feminina no mundo. Como surgiu a ideia para este disco, depois do vosso álbum de estreia: "Rhapsodies in Black", lançado no verão de 2017?

Sim! Foi bastante tempo! Demorámos muito tempo a lançar este segundo álbum. Temos estado a trabalhar nele (para ser honesta, desde 2020) e depois, com o Covid e tudo o que aconteceu, foi uma grande pausa. Era claro para nós que queríamos manter a ideia dos covers, mas também queríamos ter algumas canções originais neste disco. Por isso, ter metade/metade, metade de covers, metade de originais, é uma ótima solução na minha opinião! Uma vez que é uma coisa muito especial o facto de sermos três mulheres de outras bandas, a trabalhar juntas em Exit Eden, isto também é uma espécie de afirmação. Para mim, para que as mulheres de todo o mundo se levantem juntas, trabalhem juntas, sejam fortes juntas e lutem pela igualdade no Mundo!


M.I. - Desde que a Amanda Somerville deixou a banda, são agora um trio. Foi difícil para vocês escrever as canções e afastarem-se da Amanda?

Foi difícil e lembro-me de ter-lhe telefonado imensas vezes e de ter falado com ela sobre manter-se afastada disto. Mas quando decidimos fazer o segundo álbum, não sabíamos como é que ia ser, sabes? Pensámos que íamos estar em tournée, investir muito e muito tempo e a Amanda? Ela é simplesmente fantástica! Ela não se limita a fazer parte do projeto e depois diz: "Sabem que mais? Na verdade, não tenho tempo!". Se ela se compromete com algo, fá-lo a 100%! Na altura, ela sentiu que não podia fazê-lo, porque tinha uma família, queria estar presente para os filhos, queria ser uma boa mãe e todos nós compreendemos isso. Sem dúvida!
Agora somos nós as três a reinventar este novo álbum com as músicas originais, a ser um pouco mais sombrio, um pouco mais Symphonic Metal, mais do que o primeiro disco. Esta é a evolução que nos levou!


M.I. - Como foi a separação entre vocês e a Amanda? Amigável?

Sim!


M.I. - "Run!" conta com a participação especial de Marko Hietala (ex-Nightwish). Como é que escolheram o Marko para participar no disco como convidado? Foi uma escolha fácil?

Na verdade, a ideia não era nossa desde o início! Por isso, gravámos a canção em estúdio, nós as três, sem sequer pensarmos em fazer uma participação com alguém. Foi engraçado, porque eu e a Marina estávamos no estúdio ao mesmo tempo e eu gravei uma parte: aquela parte pesada do C: "Rush, get away"! Eu canto essa parte! E depois o nosso produtor Hannes disse: "Canta-a como o Marko Hietala, dos Nightwish, a cantaria!". E essa foi a primeira vez que tivemos esse nome na cabeça e a ideia de: "Porque é que não temos uma participação neste disco e nesta canção?". O nosso produtor conseguiu falar com a editora, eles conseguiram falar com ele e lembro-me que, quando recebemos o e-mail a dizer que o Marko ia participar, ficámos muito, muito felizes! Surpreendidas, obviamente, porque não sabíamos se ele estaria disposto a participar.


M.I. - Vamos falar do vídeo da música, sim? Começa num deserto, com o Marko deitado na areia, contigo, a Clémentine e a Marina numa árvore, rodeadas de tiras vermelhas. Podes, por favor, contar-nos o conceito do vídeo e quem teve a ideia?

O Hannes teve a ideia do vídeo. Não posso falar disto com tanta perfeição quanto a Marina. Há uma velha mitologia grega com os três destinos, para decidir o lado da vida das pessoas. É mais ou menos isso que estamos a fazer no vídeo. Estamos a decidir se a personagem do Marko vai viver ou não. E é por isso que estamos sempre a ameaçar cortar os três fios e, no final, ele tenta fugir do seu destino, mas não está a funcionar, porque nós, como três mulheres fortes e destinos em todo este universo, cortamos o fio, o que significa que ele não sobreviveu (risos). É bastante pesado, mas quero dizer, é apenas teatral (risos).
A canção e a letra sobre algo que não diz realmente o que é, do que estamos a fugir e a nossa vida, é mais ou menos isto, porque eu escrevi a letra. Era aí que eu queria chegar. Algumas pessoas têm algo de que estão a fugir. O melhor é sempre seguir em frente, falar sobre isso e ver o que está realmente na mente. Este é mais ou menos o tema da canção!


M.I. - Esta canção é tão espetacular, e as vossas vozes combinam muito bem. É um super êxito internacional. Será que "Femme Fatale" será o vosso próximo êxito internacional e pensam lançá-lo um vídeo? Conta-nos mais sobre este tema, por favor.

Esta é a música que dá nome ao nosso disco, porque este disco chama-se "Femmes Fatales" e sim! Estamos muito felizes por ter este vídeo sobre esta canção e sim! Vai ser outro sucesso!


M.I. - Também fizeram covers de canções contemporâneas e reorganizaram-nas como canções indubitavelmente marcantes de Rock/Symphonic Metal com alguns elementos únicos: "It's A Sin" (Pet Shop Boys), "Separate Ways" (Journey), "Desanchantée" (Mylène Farmer), "Poison" (Alice Cooper), "Alone" (Heart) e "Kayleigh" (Marilion). Porquê estas canções e o que representam para ti para o resto das raparigas? Como é que as reorganizaram?

Trabalhámos juntas com o nosso produtor, ele conhece-nos e aos nossos outros projetos, há anos. Por isso, ele conhecia as nossas vozes. Tínhamos muitas ideias para covers, mas queríamos que se encaixassem no fio condutor de “Femme Fatale”: ter temas sombrios ou música sombria. Por isso, escolhemos as canções com isso em mente, para termos um álbum que se possa ouvir e que não tenha: "Oh! Isto é estranho! Isto é diferente!". É como se fosse uma grande obra de arte, em que se pode ouvir o álbum todo e voltar a ouvir e tudo funciona em conjunto. Esse é um dos nossos principais pensamentos nos arranjos e também na escolha das músicas que escolhemos.


M.I. - "Separate Ways" tem um vídeo. Onde foi gravado? Conta-nos mais detalhes, por favor.

Esta foi, de facto, uma das sessões de vídeo mais engraçadas, porque, antes de mais, o tempo estava bom. Por isso, não estávamos a congelar como costumamos estar nas sessões de vídeo. Fazer isto com os amigos, com a Marina e a Clémmy, é uma espécie de diversão na atuação, sem: "Tens de fazer isto, tens de fazer aquilo!". Era mais do género: "O que sentimos nesta situação?" e também trabalhar com o nosso produtor de vídeos musicais favorito, Mirko Witzki, e com o seu maquilhador, que trabalha frequentemente com ele: Kami Zero. Ele consegue sempre o visual! Ele sabe como nos caraterizar! Ficámos com o melhor aspeto possível e foi a melhor sensação que tivemos com o vídeo!


M.I. - As restantes cinco canções originais foram escritas por ti e o Hannes Braun (Kissin' Dynamite), também responsáveis pela gravação, produção e mistura. Jacob Hansen, que já trabalhou com artistas como os Amaranthe, fez a masterização do disco. Como foi para ti e para as meninas trabalhar com uma equipa tão incrível?

Muito bom! Sem dúvida! Eu trabalho muito com o Hannes Braun, dos Kissin' Dynamite. Ele produziu as nossas músicas da minha banda League Of Distortion e escrevemos muitas músicas juntos também para outras bandas. Portanto, é como trabalhar com a família! Ele é super profissional e sabemos que se ele fizer alguma coisa, vai ser bom! No estúdio, as raparigas e eu também podemos experimentar coisas, dar o nosso melhor e experimentar. Se não resultar, não importa, mas talvez seja algo especial. Por isso, foi muito fixe sentirmo-nos vivas, confortáveis para experimentar coisas a nível vocal e ver como ficaram no disco!


M.I. - Falemos da capa do álbum. Muito feminina e sedutora. Quem teve a ideia e onde foi feita a sessão fotográfica?

Tivemos muitas sessões Zoom e falámos sobre como gostaríamos de ter o nosso visual. A Clémentine e a Marina são ótimas a perceber as coisas e a fazer quadros e quadros de Pinterest, a juntar as nossas ideias. Portanto, foi mais ou menos assim que aconteceu. Há uma estilista que trabalhou na primeira produção das Exit Eden. Foi bom voltar a falar com ela, que nos ajudou a arranjar os vestidos. Temos vestidos que nos fazem sentir chiques, sabes? O fotógrafo veio da editora. Também é um tipo fantástico, que partilhou a nossa visão e conseguiu colocar-nos nos locais certos. Na verdade, fotografámos em Viena, num hotel muito elegante.


M.I. - Têm vários projetos. Como vão tentar conciliar todo o vosso tempo e concertos deste projeto com os outros que têm?

Não é assim tão fácil. Quer dizer, é preciso escrever muito, encontrar datas que funcionem para todos nós, mas como estamos muito bem ligados e somos muito fechados, tornamos isso possível. Encontramos datas, possibilidades e horários. Do nosso lado, funciona mesmo bem!


M.I. - Graças ao vosso primeiro álbum, entraram nas tabelas alemãs em 15º lugar e conquistaram o lendário Wacken Open Air. Como foi essa experiência para ti? Que bandas viste? Conta-nos mais sobre esse dia, por favor.

Foi uma experiência tão maravilhosa estar neste grande palco e ter todos estes fãs de Metal, Metalheads, a dançar ao som da nossa música cover! Lembro-me de ser muito divertido. Acho que também fizemos algumas entrevistas em Hamburgo, passámos algum tempo com as meninas e tivemos uma atuação fantástica! Foi maravilhoso! Sem dúvida! 
Não me lembro a 100%, mas lembro-me de ter visto os Ghost, à noite, numa altura em que tocaram, acho eu, à uma ou duas da manhã. Por isso, lembro-me de estar um pouco cansada, mas ainda assim querer ver o espetáculo. Acho que até vimos os Nightwish todos juntas, se não estou totalmente enganada. Até tínhamos uns anúncios para o disco "Rhapsodies In Black", que apareciam no palco principal do Wacken como publicidade e nós olhávamos umas para as outras: "Olha! Isto somos nós! Somos nós!". Não me lembro 100% das bandas que vimos, mas sim! Definitivamente Ghost!


M.I. - Depois do lançamento do álbum, vão fazer uma tournée? Talvez uma data para Portugal? Mima-nos, por favor!

Nunca toquei em Portugal, nem com os League Of Distortion. Acho que toquei lá com os Kissin' Dynamite uma vez. Fiz uma reportagem com os Kissin' Dynamite e tenho quase a certeza que também tocámos em Portugal. Sim, mas com as Exit Eden ainda não há nada que eu possa partilhar contigo, porque ainda estamos muito, muito curiosos para ver como tudo está a funcionar. É também do ponto de vista comercial, para ver como as pessoas vão reagir a este projeto, depois de não estarem presentes durante sete ou oito anos, mas sim! Se houver uma tournée, adoraríamos ir a Portugal! Fazer uma tournée europeia, obviamente, mas ainda não posso partilhar novidades sobre isso convosco!


M.I. - Anna, obrigada por esta entrevista e parabéns por este lançamento. Podes deixar uma mensagem para os fãs portugueses da banda, por favor?

Sim! Muito obrigada! Foi ótimo falar contigo! Para todos os nossos fãs portugueses das Exit Eden, estamos muito felizes por ainda estarem aí! Esperamos que gostem do nosso novo disco! Pusemos muita energia nele e esperamos que vos dê força e poder e sim! Esperamos ver-vos em digressão e se não for com as Exit Eden, então com os League Of Distortion, Phantom Elite ou Visions Of Atlantis!

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Entrevista por Raquel Miranda