Em atividade desde 1991, com um pequeno interregno entre 2004 e 2007, pessoalmente tomei conhecimento desta banda de Sludge Metal com o lançamento de Lifespan of a Moth em 2016. O nome da banda também não ajuda a conhecer os mesmos nas plataformas de ‘streaming’, tendo várias designações associadas ao nome do grupo como Sixteen, 16 ou –(16)- (num formato mais estilizado).
Menos mecânicos e clínicos que os Helmet ou Fudge Tunnel, mas mais disciplinados e metódicos que os Eyehategod ou que os Crowbar, esta banda oriunda de Los Angeles, agora radicada em San Diego, presenteia-nos com o seu décimo trabalho de longa duração. Por admissão dos próprios trata-se de uma evolução, um refinamento dos trabalhos anteriores.
Um disco mais focado em questão mundanas do que em questões do forro interno dos membros. Em vez de exorcizar os próprios demónios, o grupo agora está mais orientado para questões que afetam a sociedade em geral. Isso acaba por transparecer nos temas que são todos mais imediatos e orelhudos, mas os mais púdicos não precisam de ficar preocupados. As guitarras são rasgadas e agressivas quanto baste, a dupla de baixo e bateria conseguem demolir sem grande esforço muros de cimento armado. A voz de Bobby Ferry, líder do grupo e única presença em todos os lançamentos dos 16, consegue ser, numas partes, abrasiva, noutra melódica, similar ao que Chino Moreno consegue nos Deftones. A produção é extremamente dinâmica, sendo perfeitamente discernível e audível a presença de todos os instrumentos. O trabalho de bateria tem uma dinâmica fabulosa (ausente infelizmente em 99.9% dos trabalhos de metal atuais), o baixo é perfeitamente audível assim como o feroz trabalho de guitarra.
O que torna este trabalho mais interessante é a composição e o dinamismos exibidos em cada tema, nunca soando a monocórdicos. Têm partes agressivas a roçar o noise rock, mas sem nunca descurar as melodias de guitarra.
Se os Godflesh fossem uma banda de Groove Metal soariam como estes 16.
Nota: 8/10
Review por Nuno Babo
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