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Lock Up - “Necropolis Transparent” Review

Isto das super-bandas pode ser um pau de dois bicos. Normalmente, o “sucesso” destas bandas é 50-50, sendo que após o lançamento de um ou dois discos, as mesmas tendem a desaparecer, ou por falta de interesse do publico ou dos seus próprios integrantes. No campo do metal extremos temos alguns “sucessos”, como os Bloodbath, os Insidious Disease, os Brujeria e estes Lock Up.

Quando se juntaram, já no longínquo ano de 1998, um grupo de músicos de bandas importantes do panorama metálico, pretendia lançar um disco de death metal / grindcore, mas mais no espírito de divertimento que outra coisa qualquer. Shane Embury e Jesse Pintado (Napalm Death) e Nick Barker (Cradle of Filth, Dimmu Borgir) juntaram-se a Peter Tagtgren (Hypocrisy) e lançaram em 1999 o disco “Pleasures Pave Sewers”, uma brutal descarga de death metal rápido e viciante, provando que quando algumas mentes brilhantes se juntam, o resultado só pode ser bom. O lançamento em 2002 do segundo disco, “Hate Breeds Suffering” viu a banda trocar de vocalista, entrando para esse posto Tomas Lindberg (At the Gates) e, apesar de ser um bom disco, não teve o mesmo impacto do seu antecessor.

Após o lançamento desse disco, a banda entrou num hiato indefinido, motivado pelo trabalho dos seus integrantes nas suas bandas principais. Hiato esse que se tornou mesmo muito indefinido com a morte de Jesse Pintado em 2006. O nome Lock Up arriscava-se a ser adicionado à lista das bandas de culto com um fim destinado.

Surpreendentemente, em 2009 a banda começou a receber diversos convites festivais e para voltar ao activo e, armados com um novo guitarrista, Anton Reisenegger dos chilenos Criminal, a máquina de guerra chamada Lock Up ganhou nova vida e voltou para nos brutalizar os ouvidos.

Os Lock Up lançam agora “Necropolis Transparent” e o resultado não poderia ser mais excitante. Mantendo a mesma filosofia que tinham quando se juntaram, os Lock Up de 2011 estão mais rápidos, brutais e furiosos. “Necropolis Transparent” são 17 temas num regime sempre rápido, onde à guitarra corrosiva de Reisenegger e à secção rítmica de Embury / Barker, se nota um notório ênfase na voz de Lindberg. Não é à toa que este homem, considerado dos mais simpáticos e produtivos no campo da musica extrema, tem a alcunha do Gritante. Uma voz tão rispida e áspera é algo que não se encontra em muitos vocalistas deste meio.

“Necropolis Transparent” é um disco sem grandes enfeites ou floreados: é death metal / grindcore do melhor, tocado por gente que sabe o que faz e bastante apelativo. Não esperem partes melódicas ou passagens mais calmas, pois isso não é para eles. São 17 temas sempre a partir tudo pelo caminho, sem misericórdia. Deixa mossa, mas ao fim do disco, sentimos que queremos ser novamente massacrados.

O ano de 2011 está a ser excelente em termos de edições de álbuns extremos. Anaal Nathrakh, Fleshgod Apocalypse, Origin, Rotten Sound, e estes Lock Up são alguns dos concorrentes de peso. Quando se chegar ao final do ano se começarem a fazer as listas de best off, vai ser renhido.

Nota: 8/10"Necropolis Transparent" track list:

01. Brethren Of The Pentagram
02. Accelerated Mutation
03. The Embodiment Of Paradox And Chaos
04. Necropolis Transparent
05. Parasite Drama
06. Anvil Of Flesh
07. Rage Incarnate Reborn
08. Unseen Enemy
09. Stygian Reverberations
10. Life Of Devastation
11. Roar Of A Thousand Throats
12. Infiltrate And Destroy
13. Discharge The Fear
14. Vomiting Evil
15. Stigmartyr
16. Through The Eyes Of My Shadow
17. Tartarus


Review por João Nascimento