About Me

Amaranthe – "Amaranthe" Review

Eis um álbum que vai deixar a falange hipster do nosso pequeno mundo do metal, de cabelos em pé. Chamam-se Amaranthe, são nórdicos, e apresentam uma proposta que, no mínimo vai dar que falar, até porque esse parece ser o grande intuito da banda.

Mas afinal em que consiste este disco de estreia, também ele de nome Amaranthe? Doze temas, que facilmente poderiam ser doze singles, de um feliz, ou infeliz conforme a visão, casamento entre uma banda de speed metal melódico, e um qualquer artista pop/electrónica made in MTV, daqueles que agitam as febres de sábado à noite na vossa discoteca local.

É verdade que ao longo dos anos, o metal tem vindo a ser fundido com muitos outros géneros, desde música erudita até rap, passando pelo fado (os nossos Hyubris ou Dwelling), mas esta talvez seja a primeira vez que é associado a algo deste género, pelo menos de forma tão directa e óbvia.

Instrumentalmente, e no que ao ritmo diz respeito, até surpreendem, pois ao invés das esperadas batidas electrónicas programadas, tanto a bateria como o baixo lembram bastante bandas na onda de Soilwork, enquanto o Groove das guitarras é mais reminiscente da cena americana. Já os sintetizadores são pródigos em suscitar o mais variado tipo de reacções humanas, desde a velha arte de “mexer o capacete”, até ao levar as mãos à testa. No entanto a cereja em cima do bolo é mesmo a componente vocal. Para canalizar majestosos momentos de autêntica poesia de cordel, temos uma espécie de Bjorn Strid nas vozes mais ásperas, um outro vocalista com a profundidade vocal ao nível de um Andrea Ferro, e uma vocalista que parece ter sido tirada de uma meia-final dos Ídolos. Estes dois últimos então emanam umas linhas vocais tão orelhudas ao ponto de fazer corar um Justin Bieber e uma Selena Gomez.

Quase que parece escusado estar a salientar algum tema, mas Automatic, Call out my Name, Hunger, e a surpreendentemente intitulada Amaranthine talvez sejam capazes de convergir um pouco mais as atenções.

No entanto, brincadeiras à parte, a verdade é que Amaranthe não só esta bem produzido, como bem feito, e goste-se ou não, há aqui material para voos bem altos. Quem sabe possamos estar perante uma nova moda, resta saber como será a receptividade do público mais mainstream aos elementos metálicos.

Nota: 7.4/10

Review por António Antunes