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The 11th Hour - "Lacrima Mortis" Review

Corria o ano de 2009, quando os The 11th Hour se apresentaram ao mundo do metal, lançando o seu primeiro álbum de estúdio intitulado «Burden Of Grief». Três anos volvidos, a banda holandesa confirma o potencial evidenciado aquando da sua estreia, não se deixando aprisionar ao exploradíssimo Death/Doom com contornos quase exclusivamente funerários e desprovido de particulares segredos, ainda que com uma relação íntima com os seus apreciadores. O novo «Lacrima Mortis» situa-se alguns degraus acima desse terreno e alcança outro tipo de dimensão, unindo essa mesma atmosfera carregada e lastimável, a ligeiras nuvens doomescas de cariz mais tradicional, absorvendo o melhor de ambas as visões.

A banda sofreu algumas alterações de line-up entre o primeiro e segundo registos, com a introdução de elementos dos também holandeses, Officium Triste, saltando à vista desde logo a poderosa voz de Pim Blakenstein. Não custa a crer que as boas ideias deste «Lacrima Mortis» se devam, em parte assinalável, à experiência de campo trazida pelos novos rostos. Durante cinquenta e dois minutos, distribuídos de forma homogénea por sete temas, reina o ambiente minimalista, solitário e de consternação, patrocinado por riffs arrastados e melancolia das teclas, utilizadas a preceito e com bom gosto. A forma como a lágrima começa a escorrer, com «All We Die Alone», levanta o véu acerca do disco que temos a rodar, tendo talvez o seu ponto mais alto em «The Death Of Life». Em geral, está aqui um conjunto muito interessante de temas, sem grandes outliers, para o bem ou para o mal, numa caminhada condenada que termina, precisamente, no enterro.

Não estamos a falar de um tipo de disco que nunca se tivesse visto e/ou ouvido antes, mas tem o sentimento suficiente para merecer, também ele, a atenção do público. O amadurecimento é uma jornada que leva o seu tempo, mas os indicadores são positivos.

Nota: 7.5/10

Review por Carlos Fonte