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Soen – "Cognitive" Review

Por volta de 2006 o mundo do Metal ficou abalado com a saída de Martin Lopez dos Opeth. O baterista sueco sempre gerou um certo culto à sua volta, muito devido à sua forma muito pessoal e especial de tocar, tornando-se então num baterista bastante carismático e adorado.

Para aqueles que pensavam que a saída atribulada de Martin Lopez dos Opeth o faria parar de tocar, alegrem-se pois o carismático baterista está de volta com o seu novo projeto, os Soen. E para aumentar ainda mais a expectativa, quem melhor que o lendário Steve DiGiorgio (Death, Testament, etc) para se juntar a si na secção rítmica. Para se completar o supergrupo foram ainda convidados os até então praticamente desconhecidos Kim Platbarzdis e Joe Ekelöf, guitarrista e vocalista respectivamente, e ambos suecos.

Em 2012 é então lançado o aguardo debut do quarteto, que musicalmente acaba por não inovar muito. Se pensarmos que temos dois dos grandes bateristas e baixistas dentro do Metal na banda, que sempre se caracterizaram pela suas características inovadoras, é inevitável que fiquemos um pouco desiludidos pela colagem que este “Cognitive” acaba por ser a Tool, mais nomeadamente ao álbum “Lateralus”. Não soubéssemos que estávamos a ouvir o álbum dos Soen, e facilmente se pensaria que se estava a ouvir um novo álbum de Tool, tal não são as parecenças óbvias entre ambas as bandas.

Mas, se formos capazes de colocar de parte esta falta de originalidade da banda, e focarmo-nos somente na capacidade de execução, estamos perante um grande álbum. “Cognitive” está recheado de grandes momentos (“Savia,” “Fraccions” ou “Oscillation” vêm imediatamente à cabeça), é bem tocado e flui bastante bem. A voz de Joe casa de forma perfeita com a secção rítmica (o que mais se destaca logicamente neste disco), com Platbarzdis a criar também várias melodias que contribuem para o clima intenso do álbum.

De uma maneira geral, “Cognitive” é composto por 50 minutos de 10 músicas bastante fluídas e bem tocadas, com refrões bastante orelhudos que criam um clima bastante envolvente para o ouvinte. Para quem gostar de bandas como Tool ou Opeth, certamente que este álbum terá tudo para agradar, muito devido às semelhanças com as mesmas (mas sobretudo com Tool).

Após várias audições, “Cognitive” cresce bastante e torna-se um álbum bastante viciante. O único problema do álbum parece ser mesmo a falta de originalidade que o mesmo sofre, o que é difícil de pôr de parte quando temos nomes como Martin Lopez e Steve DiGiorgio na mesma banda.

Nota: 8.2/10

Review por Pedro Reis