
O problema aqui é que os Swallow The Sun querem contar-nos uma história de tal forma empolgante, e emotiva, cheia de rococós e floreados, que a certa altura o ouvinte tem que parar para respirar, e ainda só vai a meio do disco.
O estilo já de si não é algo para encarar de maneira leviana. Doom death de contornos góticos, baseado em longos temas, cheios de mudanças de tempo e ambiências, e com um conteúdo lírico poético numa narrativa conceptual que aborda a transição vida/morte, e todas as suas consequências.
A primeira faixa, que por acaso até dá nome ao disco, é exemplificativa daquilo que se ouve daí para a frente. Uma longa composição na qual os Swallow The Sun nos transportam para o seu mundo, através do som da chuva, e uma delicada foz feminina, que antecede uma explosão sinfónica que vai mudando pouco a pouco, até culminar numa arrepiante passagem de guitarra acústica, que faz a ponte para o segundo tema, This Cut Is The Deepest. Um tema sem dúvida mais sereno, mas nem por isso menos exigente de toda a atenção do ouvinte. Por esta altura a voz de Mikko Kotamäki começa a ser o grande foco de atenções, com uma tríade de registos impressionante entre gutural, gritado e cantado, e que conta com a preciosa ajuda de nem mais nem menos que Anette Olzon (Nightwish) em Cathedral Walls, naquilo que ela faz melhor, um canto suave e melancólico, acompanhado por uma passagem atmosférica.
Destaque ainda para Labyrinth Of London (Horror Pt IV), o único tema que foge ao conceito do álbum, por ser a quarta parte de uma outra história que começou em The Morning Never Came, e que conta com um refrão belíssimo.
Em suma Emerald Forest And The Black Bird é mesmo daqueles discos para se ouvir deitado na cama numa tarde chuvosa, e se deixar transportar para os cenários sónicos criados pela banda e…tentar não adormecer.
Nota: 7.8/10
Review por António Salazar Antunes