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Circus Maximus - "Nine" Review

Os Circus Maximus sempre foram uma banda que permaneceu, de certa forma, ensombrada pelos próprios gigantes do estilo em que se inserem. Contudo ao longo da sua jovem carreira a banda foi conseguindo libertar-se das suas influências e vindo a desenvolver a sua própria identidade.

É com “Nine” que vemos a banda continuar o trabalho evolutivo começado no registo anterior “Isolate”. Outrora com uma sonoridade que se debruçava sobre um metal progressivo com veias de power metal, semelhante aos Symphony X, os Circus Maximus tem vindo a deixar essa influência para trás e aperfeiçoaram os aspectos mais progressivos do seu som, embora não deixando de adicionar sempre uma pitada de melodia à mistura.

Após uma curta introdução, o álbum inicia-se com “Architect of Fortune”, o tema mais comprido deste registo, com um início épico e sombrio este tema demonstra o virtuosismo mas também um sentido de melodia bastante bem conjugado onde os teclados de Lass Finbraten e os solos de Mats Haugen se mesclam num dos mais fortes temas deste registo.

Após o início promissor, os temas seguintes, “Namaste” e “Game of Life” demonstram um apuramento da sonoridade da banda onde peso e melodia se conjugam de forma quase natural. E observamos também que apesar de não dispensar a melodia, “Nine” é o álbum mais pesado da banda até ao momento.

Contudo um dos pontos fortes deste registo é a beleza sonora que carrega, que apesar de remeter a outras bandas do mesmo estilo, tem um poder suficiente de distrair o ouvinte de qualquer influência e fazê-lo concentrar-se no momento.

Outra área onde os Circus Maximus também acabam por não desiludir, é nas baladas, que são momentos de extrema mestria de composição e beleza sónica como podemos constatar em “Reach Within” e “I am?”.

Em “Used” vemos o retorno do peso mas também num dos temas mais interessantes deste registo, com uma componente técnica apurada, recheada com riffs orelhudos a banda expõe com eficácia o seu virtuosismo.

Já na recta final, com “Burn after Reading” a banda demonstra mais uma vez com brilhantismo as suas capacidades, num tema que reflecte de forma subtil mas eficaz todas as facetas que compõem os Circus Maximus.

Ao terminar a audição deste álbum ficamos com a percepção de que os Circus Maximus evoluíram para uma banda mais madura e com mais vontade de surpreender.

Com riffs e solos que ficam no ouvido aliados a melodias memoráveis “Nine” é um álbum que afirma cada vez mais os Circus Maximus como uma banda a ter em conta e a seguir com atenção.


Nota: 8.2/10

Review por Ruben Mineiro