É notório que existe hoje em dia uma grande saturação do mercado folk metal, muito devido ao elevado número de bandas praticantes desse estilo. No entanto não deixa de ser curioso analisarmos o género ao pormenor, afinal de contas por folk desprende-se qualquer banda que utilize elementos caracterizadores de uma certa cultura, na maioria das vezes aquela de onde provêem os seus integrantes. Daí que numa visão meio redutora e generalizada, se pergunte porque raio este género estará tão associado a colectivos por norma britânicos ou finlandeses?
Parte da resposta poderá estar no surgimento dos ingleses Skyclad por inícios dos 90. Aquela que foi considerada a primeira banda de folk metal, abriu as portas necessárias, para que poucos anos depois bandas como os irlandeses Cruachan e estes Waylander pudessem dar a conhecer ao mundo, todo um novo imaginário Celta, conjugado com a força do metal.
Contudo, devido ao parco lançamento de discos (este é apenas o quarto) os Waylander sempre conservaram um certo estatuto lendário, que fez com que nunca conseguissem granjear o mesmo sucesso dos seus congéneres, mas ainda assim manter uma base de fãs bastante concisa.
À primeira vista, Kindered Spirtis pouco ou nada difere dos trabalhos precedentes, afinal de contas é preciso reconhecer que para os praticantes deste tipo de sonoridades, a margem de manobra é bastante reduzida, no entanto, isso não faz de Kindered Spirits um mau lançamento. Com uma base de death / thrash, é natural que o pese se distinga muito mais do que nos lançamentos habituais, afinal de contas é a força das guitarras que puxa este colectivo, enquanto instrumentos mais característicos como o Mandolin ou o Bodhran, todos executados por Dave Briggs, na maioria das vezes não são mais que simples adornos, responsáveis pela parte mais descontraída e atmosférica da musica dos Waylander. Destaques para Lamh Dearg, com um riff sublime, e para o longo Erdath, com a sua ambiência quase antémica.
Infelizmente, a similaridade das faixas ainda é ainda algo que poderá afastar quem nunca foi muito a bola com este tipo de sonoridade, mas ainda assim, Kindered Spirits é um disco bem executado, e que por certo não desfraldará as expectativas dos apreciadores do género.
Nota: 7.7/10
Review por António Salazar Antunes
.png)
