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Devil I Know - "Devil I Know" Review


Embora a informação online sobre estes Devil I Know seja ainda bastante parca, ao ouvir pela primeira vez a sua estreia homónima, fica a ideia de poderemos estar perante um futuro fenómeno de massas, prestes a desabrochar. Compostos por Matias Melleri (voz), Roni Seppänen (guitarras), Olli Vartiainen (Bateria) e Jani Aaltonen (baixo), estes finlandeses parecem estar (ainda) no lugar certo à hora certa para nos servir de bandeja, mais um disco de hard rock moderno de tendência americana.

As influências habituais estão lá quase todas, desde Avenged Sevenfold, passando por Hardcore Superstar e até mesmo alguns toques de Audrey Horne. O talento idem, bem como a capacidade de elaborar temas destinados a encher as ondas radiofónicas mundiais, com autênticos refrões pegajosos, e uma atitude muito rockeira, com um sentido inato para a melodia. Contudo, e pese embora as óbvias influencias atrás descritas, o mais interessante é que os Devil I Know, acabam por não se colar em demasia a nenhuma delas. É quase como se tivessem ido buscar um bocado aqui e outro ali, e fizessem um híbrido, assustadoramente familiar, mas que ainda assim consegue ter a sua própria personalidade. Daí não ser de estranhar que por exemplo a parte rítmica das guitarras nos possa remeter para Zacky Vengeance (Avenged Sevenfold), da mesma maneira que a voz deambula pelas mesmas tonalidades de Toschie (Audrey Horne).

No entanto, se é verdade que conseguem reunir todos os predicados de uma banda virada para as ondas hertzianas, não é menos verdade que também mostram o reverso da medalha. Aquele que faz de Devil I Know um disco com praticamente zero de experimentação, onde a variação é quase inexistente, e o replay value dos temas tem uma duração quase tão efémera como os mesmos, dos quais se destacam Scream ‘n Shout, Open Your Eyes e Overrated na vertente mais rockeira e Other Side na mais introspectiva.

Há que dizer as coisas como elas são, Devil I Know é, sem margem para dúvidas uma boa estreia, para aquilo que representa. Ou seja, uma banda a tomar partido da actual conjuntura, e que conseguiu construir a rampa ideal para voos bem ambiciosos. Afinal de contas, a cada década que passa existe uma banda finlandesa a invadir o mercado discográfico mundial de forma preponderante. Foi assim com os HIM e com os Rasmus, quem sabe se esta não será a década dos Devil I Know? Veremos..

Nota: 8/10

Review por António Salazar Antunes