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Hatebreed - "The Divinity Of Purpose" Review


Os Hatebreed fazem já 20 anos de carreira em 2013. Muita gente, principalmente os fãs de metal, não se deve ter apercebido desta longevidade da banda de Jamey Jasta, até porque a banda só começou a dar nas vistas para esse público, com o álbum "Perserverance" de 2002, com temas que passavam com regularidade no Headbangers Ball da MTV, programa apresentado nessa altura precisamente pelo frontman dos Hatebreed. Obviamente que o facto de Jasta ter apresentado o Headbangers Ball ajudou no aumento da popularidade mas, se a banda não tivesse editado grandes discos como "Perserverance", "Rise Of Brutality" e "Supremacy", não estaria hoje em dia no patamar que está.

O álbum homónimo de 2009 esteve um pouco abaixo dos anteriores, esteve mais virado para a face mais thrash da banda, mas faltavam-lhe os grandes temas em abundância. De qualquer modo estava longe de ser um mau álbum. O novo "The Divinity Of Purpose" pode ser considerado um regresso à forma. Obviamente que comparando o álbum com "Perserverance" e "Rise Of Brutality", está uns furos abaixo, mas e os Slayer, fizeram mais algum "Reign In Blood", ou "Seasons Of Abyss"? E quantas bandas de hardcore conseguem fazer um álbum tão forte como "The Divinity Of Purpose"? O novo álbum da banda norte-americana mostra a banda a fazer o que sabe fazer melhor, ou seja, criar verdadeiros hinos de hardcore metálico, isso fica bem demonstrado em grandes malhas como  "Put It To the Torch", "Honor Never Dies", "Before the Fight Ends You" e "Nothing Scars Me", os principais candidatos a futuros temas emblemáticos do grupo, algo que normalmente não falta nos seus discos.

O álbum tem todos os ingredientes que conhecemos dos Hatebreed, por isso quem gosta da banda irá continuar a apreciar e os detractores continuarão a não gostar da sonoridade da banda. Há aqui a mistura de fortes riffs hardcore e thrash, temas rápidos, outros mais meio tempo, groove, refrões com letras fortes, gang vocals, breakdowns devastadores, os berros poderosos de Jamey Jasta e mesmo algumas (poucas) vocalizações um pouco mais limpas. Pouca experimentação mas sim continuidade e identidade, é o que podemos encontrar neste registo. Algum fã dos Hatebreed quer que a banda edite um "Diabulus inMusica", ou um "Load"?

Com a qualidade demonstrada durante a carreira e a sua influência de metal, não é de admirar que os Hatebreed sejam, não só uma das maiores bandas de hardcore da actualidade, como também uma das bandas do género mais respeitadas e apreciadas pela comunidade metálica. Por isso é normal que os Hatebreed sejam capa de grandes revistas de metal, como foram por exemplo na edição de Janeiro da Terrorizer. Afinal de contas o que importa é o valor da música e não o género. Pelo menos deveria ser assim.

Nota: 8.4/10

Review por Mário Santos Rodrigues