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Kingcrow - "In Crescendo" Review


Eis um disco que me faz voltar a ter fé no chamado metal progressivo. Embora seja um daqueles rótulos cuja definição continue ainda demasiado vaga, ou seja alvo das mais variadas interpretações, a verdade é que muitas das bandas que orgulhosamente ostentam essa bandeira, fazem cada vez mais discos previsíveis e pouco diversos, onde os tecnicismos barrocos são o grande foco das composições.

Felizmente que os italianos Kingcrow não vão atrás dessas “correntes”, e optam por sim, manter a força do metal, mas ao mesmo tempo divergir para outras paragens e sonoridades. Um desses casos flagrantes é o tema This Ain’t no Love Song, que começa numa toada muito Porcupine Tree, para depois evoluir para algo próximo do que seria uma mistura entre os Dream Theater e Ayreon. Aliás esta tríade de referências não será de todo inocente. Enquanto algumas ambiências psicadélicas nos levam para Arjen Lucassen, as partes atmosféricas acústicas parecem ter a marca Steven Wilson gravada, tal como os refrões de Right Before, ou The Drowing Line, parecem ter saído da mente de Petrucci e companhia. Pese embora a qualidade dos exemplos referidos, o grande destaque do disco vai para The Glass Fortress, um tema com uma atmosfera bem melancólica muito bem conseguida, e com algumas linhas vocais simplesmente brilhantes pela carga emotiva que transportam. No extremo oposto temas como Summer ’97, ou a longa faixa título, fazem franzir um pouco o sobrolho, e desejar que estes fossem um pouco mais curtos, devido à ausência de ideias verdadeiramente interessantes que justifiquem estes quase 7 e 11 minutos respectivamente. Tendo em conta que estas são as faixas que fecham o disco, então é caso para dizer que os Kingcrow dispararam completamente ao lado na altura de escolher o título para o álbum.

Ainda assim, In Crescendo disco que se saúda, e para já uma das boas surpresas de 2013 no campo do metal progressivo.

Nota: 8.2/10

Review por António Salazar Antunes