About Me

Saratan - "Martya XWar" Review


Terceiro álbum dos polacos Saratan, que conseguem ter um som bem exótico, graças à utilização de instrumentos/sonoridades exóticas - a intro "Taj-e Sahra", tem um forte feeling étnico presente no trabalho de Hans Zimmer nas bandas sonoras do filme "Cercados" ou até mesmo alguma das coisas feitas pelos Dead Can Dance. No entanto, quando "Mastema" explode nas colunas, e explodir é o verbo correcto, não se deixa de ficar surpreendido. Um death metal com algum toque de thrash (nomeadamente na voz) que agarra o ouvinte pelo pescoço e não o larga até o álbum acabar.

"Verminous Disease prossegue o exemplo deixado atrás e ainda nos brinda com um inspirado solo de guitarra. A única coisa a apontar é que é mesmo nesta faixa que a faixa começa a soar unidimensional demais - registo gritado, sem muita variação. Em relação às sonoridades étnicas que vão surgindo, são assumidamente um gimmick que não vão encontrando correspondência com as músicas em sim (exemplo claro, a "Ba Al Zezvuv"). No entanto, além das influências étnicas, também temos algumas influências clássicas  presentes. Basta ouvir a secção intermédia de "Silent Sound Of Morning" onde temos o piano a brilhar por mais de dois minutos. Se são gimmicks? Sim, assumidamente - até porque na referida faixa, o início que antecede a parte de piano é um pouco aborreciad. Mas a questão fundamental é que... resulta.

Apesar da curta duração, cerca de trinta e seis minutos, é certo que as influências étnicas e clássicas  (que surgem juntas no início do tema "The Sacred Path Of Martya Xwar") fazem com que este álbum sobressaia na concorrência death metal, mesmo que por momentos façam lembrar os Nile. É o tipo de álbum que faz lembrar a razão de se chamar aos trios, power trio. Há aqui realmente muito poder, ficando a curiosidade de como funciona a banda ao vivo, com solos, partes étnicas, partes clássicas. Seja como for, em disco, resulta na perfeição. Um álbum surpreendente, principalmente por a sua carreira ter passado um pouco despercebida no passado. Com este álbum e com a Massacre por trás, de certeza de que essa situação mudará.
 
Nota: 8/10
 
Review por Fernando Ferreira