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Ghost B.C. - "Infestissumam" Review


Os Ghost são um fenómeno. Quando surgiu ‘Opus Eponymous’ ficou-se logo com essa ideia: afinal, o som Mercyful Fat’esco era uma sonoridade já algo esquecida, ao que os Ghost ainda lhe juntaram uma colagem à pop de uma forma que não merece outro adjectivo senão genuína. E assim foram bem sucedidos. O álbum de estreia é irrepreensível, e  "Infestissumam" sucede bem o grande álbum de 2010.

Neste disco, os Ghost dão a ideia de que abrem mais os horizontes e não ficam pelo “tributo a Mercyful Fate”. Aqui já é possível ouvir um som bem característico. Consiste nuns teclados completamente à anos 70, com um som que vai beber muito a nomes como os Blue Oyster Cult, fundido com a pop mais agradável que se pode ouvir. Juntando a tudo isto, a voz hipnótica de Papa Emmeritus II contribui para a singularidade desta musicalidade.

A prova de que, de facto, os Ghost estão a inovar, encontra-se em momentos como a semibalada “Ghuleh/Zombie Queen”, que após a parte do piano, roça o indie, resultando num dos momentos mais altos deste álbum. Em “Body And Blood” o amor à pop mais antiga nota-se a milhas; e em “Year Zero”, nota-se que o material de “Opus Eponymous” não foi esquecido, porque esta música caía lá que nem ginjas, assim como “Depth Of Satan’s Eyes”, cujo refrão também remonta para esse álbum. A terminar, “Monstrance Clock”. Competente, sólida, e ao mesmo tempo é catchy. Admito que o que me ficou mais na cabeça deste álbum foi o “Come together, together as one” aqui presente.

Os Ghost quiseram inovar. E inovaram. No entanto, não é um trabalho do mesmo grau nem melhor que “Opus Eponymous”, porque músicas como “Jigolo Har Meggido” e “Idolatrine”, apesar de medianas, soam mais a fillers, coisa que o antecessor não tinha. Mesmo assim, é um álbum que continua bem esta caminhada dos Ghost e que também vai morar nos nossos ouvidos durante um bom tempo, até sair o próximo álbum. Isto se não demorarem muito tempo a fazê-lo.

Nota: 8/10

Review por Diogo Marques