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Spiritual Beggars - "Earth Blues" Review


Há certos projectos que vemos com agrado a fruição e sucesso que vão atingindo. É esse o caso dos Spiritual Beggars que nos trazem o seu novo longa-duração, "Earth Blues", que vem assinalar um marco importante na carreira da banda, os vinte anos de carreira. É sempre bom ver o regresso de Michael Amott num registo que traz enfoque nas suas influências mais roqueiras sendo acompanhado por outros músicos de destaque como o teclista Per Wiberg e o já mais recente vocalista Apollo Papathanasio.

As celebrações tem início com "Wise as a Serpent" que é um excelente cartão-de-visita com uma letra "catchy" e com um trabalho de teclado excelente da parte de Per Wiberg que parece emular na perfeição o finado John Lord dos Deep Purple. Quanto a solos de guitarra, Amott entra a matar com um solo extremamente viciante que deixa a comprovar a sua versatilidade como músico e compositor. Mas só depois da abertura vem o groove com a faixa "Turn the Tide", que tem um verdadeiro swing de hard rock regado por riffs viciantes, que apanham o ouvinte e acabam por contagiá-lo de forma entusiástica. Mas além das influências bastante acentuadas de Deep Purple, ainda persiste o lado mais stoner do colectivo, como pode ser comprovado no início de "Sweet Magic Pain", mas que vai apresentando oscilações ao longo da sua duração, mostrando, assim, uma certa versatilidade e maior desenvoltura na composição. Em "Hello Sorrow" temos um dos momentos mais emocionantes do disco e com talvez um dos solos mais tocantes de Michael Amott até à data, a progressão que é visível nos temas deste registo apresenta-se sempre fresca e revitaliza-se a cada tema sem grande esforço, sendo possível sentir a química musical presente na banda. O álbum vai prosseguindo com uma dinâmica espectacular com temas bem construídos e carregados com uma aura a que é impossível ficar indiferente, sendo convidados a apreciar e saborear deliciosamente cada tema que nos é dado.

Uma das mais-valias deste registo é certamente o facto de chegarmos ao seu final e sentirmos que é necessário voltar a pegar-lhe e deambular naquilo que este tem para oferecer. Seja um tributo às influências mais roqueiras dos músicos ou um monumento ao trabalho desenvolvido durante estes vinte anos, a banda tem certamente motivos para celebrar e nós também!

Nota: 8.7/10

Review por Ruben Mineiro