A sala TMN Ao Vivo compunha-se aos poucos. Era noite de puro Rock N’ Roll. Danko Jones já não atuava em Portugal em nome próprio desde 2008, na tour de promoção a “Never Too Loud”. No ano passado, dizem os presentes, que deu um dos melhores concertos do Optimus Alive. Este ano, voltou a Lisboa para apresentar o seu mais recente álbum, intitulado “Rock N’ Roll Is Black And Blue”.
Os Bombus apresentavam um som aproximado do Retro Rock, a lembrar uns Black Sabbath. Foram uma surpresa, sendo que assinalaram uma prestação irrepreensível. Não são um nome conhecido por cá e também não tiveram grande adesão do público, mas mesmo assim ficou estampado em algumas caras o seguinte: “tenho de ouvir isto melhor quando chegar
a casa”.
Pouco passava das dez da noite para Danko Jones entrar. Mal o riff de “Had Enough” soou, a festa começou. Tanto Danko como os dois companheiros de guerra estavam numa grande forma, sendo que o concerto nunca teve pontos baixos. Houve espaço para as músicas, como para a brincadeira. No entanto, o canadiano foi muito sério quando gritou que queria fazer deste concerto o melhor que Lisboa alguma vez conheceu. E não foi fachada! A banda nunca baixou a guarda, despejando mais de quinze temas, bebendo a todos os álbuns, pelo menos, uma vez. Em nenhum dos temas a adesão do público foi menor.
Foi nítido o êxtase quando o Danko gritou “My name is Danko Jones! And everyone in Lisbon call me delicious!”. Nem precisaram de passar cinco segundos para o rock continuar. Depois de “I Believed In God” veio o encore. Seguido deste ouviu-se “I Think Bad Thoughts” e, no final da música, houve tempo para prestar uma homenagem aos Black Sabbath, tendo Danko começado a tocar o riff principal da “Iron Man”. Já que se fala em homenagens, não se pode esquecer a homenagem que o músico fez durante o seu discurso a estrelas como Johnny Cash, Bon Scott, Dio e, claro, a quem nos deixou há pouco mais de duas semanas, Jeff Hanneman. “Legs” continuou o encore, com o refrão a ser entoado com alguns risos à mistura. A acabar, “Mountain”, que Danko dedicou “a todos aqueles que o deitam abaixo”.
E assim o Danko se despediu de Portugal… com alguma pena, provavelmente. Afinal, passou grande parte do concerto a pedir aos fãs que “arranjassem uma desculpa qualquer para os meter cá sempre.” Inclusive, quando perguntou “E que tal virmos daqui a seis meses?”, a resposta foi nitidamente afirmativa, pelo que se prova que bastou o último riff da música de despedida para que começasse a sede de outro concerto dos canadianos por cá. Assim se assinalou uma belíssima noite de rock, ao mesmo tempo que já se espera por outra. E é sempre consolador quando sabemos que é o próprio Danko a querer isso.
Texto por Diogo Marques
Fotografia por Paulo Tavares
Agradecimentos: Everything Is New