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Dark Moor - "Ars Musica" Review


Parece um pormenor sem importância, mas nunca os os Dark Moor demoraram mais de dois anos para lançar um disco. Esta prolífica carreira, com mais altos do que baixos, tem um novo capítulo agora em Ars Musica, e devido a esse ano extra de composição, poder-se-á pensar que a banda madrilena pudesse quiçá trazer alguma novidade substancial à sua música. 

Desde já quem o fez enganou-se redondamente. Ars Musica é Dark Moor vintage, ou seja, o disco segue a mesma linha meio power metal meio rock começada curiosamente desde que o vocalista Alfred Romero entrou na banda há já 10 anos (como o tempo passa depressa, não é?) A verdade é que o vocalista, que é preciso não esquecer não teve tarefa fácil na altura de substituir uma vocalista carismática como Elisa C. Martin, é juntamente com o guitarrista Enrik Garcia, o grande elemento identificador dos Dark Moor, e hoje em dia um vocalista cada vez mais comprometido com a música do colectivo, que teima em não perder criatividade para escrever grandes temas, especialmente na primeira parte do disco.

O belíssimo It Is My Way e The Road Again, numa toada mais rock, apresentam-se como os melhores do disco. Mais à frente The City of Peace e Living in a Nightmare mostram-nos aquela costela power sinfónica que vem desde o primeiro disco dos Dark Moor. No extremo oposto Gara and Jonay e El Ultimo Rey provam que os Dark Moor nunca esquecem de onde veem honrando a cultura e história castelhana, numa atitude simbólica merecedora do nosso respeito, ainda que ambos os temas sejam baladas com um travo demasiado acentuado a azeite. Bons apontamentos que vão convivendo com alguns menos conseguidos, não porque sejam especialmente inaudíveis, mas sim porque já começam a soar demasiado déjà vu não só de álbuns anteriores, mas inclusive deste mesmo Ars Musica.

Em suma, este nono registo é mais um bom disco dos Dark Moor, mas que apresenta no entanto já alguns sinais alarmistas sobre a longevidade desta fórmula que tem vindo a ser explorada quase até a exaustão. Recomenda-se que no futuro a banda possa tentar enveredar por outros caminhos, até porque os fillers dos últimos discos já não são assim tão poucos como isso. 

De Espanha continuam a vir bons ventos, resta saber até quando.

Nota: 8/10

Review por António Salazar Antunes