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Whitesnake - "Made In Japan" Review


Não deixa de ser um título um pouco provocatório, pelo menos para consigo mesmo. "Made In Japan" é o nome do, provavelmente, melhor álbum ao vivo de todos os tempos, da banda onde David Coverdale começou a sua carreira - na chamada MK III. As expectativas são altas, portanto. Será que se tem aqui algo tão definitivo como o clássico álbum dos Deep Purple de 1972? Obviamente que não e tal seria impossível, nos dias de hoje. Nada poderá beliscar o carácter clássico desse álbum ao vivo. Com isso fora do caminho, apreciemos este álbum por aquilo que é, mais um álbum ao vivo dos Whitesnake.

Lançado pela Frontiers, este duplo CD é acompanhado de um DVD, o qual não nos foi disponibilizado e por isso não poderemos comentar. Com três novos membros, o teclista Brian Ruedy, o baixista Michael Devin e o baterista Brian Tichy, que entretanto deixou a banda para se concentrar na banda S.U.N.. A completar a formação temos Doug Aldritch e Reb Beach, uma equipa de guitarristas de sonho. Apesar dos problemas de voz que Coverdale teve em 2010, que levou ao cancelamento de uma tour, aqui não se sente nenhuma limitação em relação à sua voz. Nem devido ao problema que teve, nem devido à sua idade - já passando dos sessenta - consegue surpreender em momentos na forma como não se poupa.

No primeiro disco tem-se uma boa representação da carreira da banda, embora sempre insuficiente dado o grande reportório que a cobra branca já possui, sendo um alinhamento típico de festival. Apesar disso, ainda há espaço para passar pelos momentos mais recentes, como "Steal Your Heart Away", "Forevermore" e Love Will Set You Free", do último álbum de originais, "Forevermore". Talvez fossem dispensáveis os solos de guitarra e bateria, em detrimento de mais músicas, mas tendo em consideração o calibre dos instrumentistas, essa reclamação tem vida curta.

No segundo CD, bónus da edição especial, tem-se direito a um soundcheck que acaba por ser um item interessante para os fãs, mas que não aquece nem arrefece muito, já que maior parte das músicas está contida no primeiro disco, apenas têm aqui uma versão mais descontraída. As versões acústicas estão engraçadas e é um bom complemento. Em jeito de conclusão, podemos afirmar que "Made In Japan" não terá, nunca, o estatudo que o álbum homónimo dos Deep Purple teve tanto na sua carreira como na música em geral mas de certeza de que é uma válida adição na colecção de qualquer fã da banda que se preze, sendo também uma boa forma de introdução a esta banda que insiste em que os anos não passem por si. Esta é apenas a última prova disso mesmo.
 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira