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Amon Amarth - "Deceiver Of The Gods" Review


Quando a melodia do tema que tem o mesmo título que o álbum começa a soar, é impossível não soar de satisfação e pensar... "Os Vikings estão de volta". Como sempre, a expectativa para um álbum de Amon Amarth é a mesma que se tem para com um nascer de sol numa qualquer ilha tropical. Depois de muito tempo com o sol a brilhar, será que é hoje que as nuvens vão aparecer? Não se esperam mudanças na carreira da banda, afinal já lá vão muitos anos e muitos álbuns - este é o seu nono. O sol continua a brilhar mas algo mudou, mesmo que seja uma mudança muito ténue. Continuamos a falar de Amon Amarth.

Há um aumento na melodia apelativa - aquela que se fixa na cabeça logo após a primeira audição - e há muitos pormenores em que as harmonias de guitarras reinam supremas, como na "As Loke Falls", que também tem um tapping de guitarra vem viciante. Em termos de riffs, talvez as coisas também não estejam tão brutais como no passado. "Father Of The Wolf", por exemplo, torna-se quase acessível pelo seu ritmo cheio de groove e à melodia que uma das guitarras evoca com o pedal wah, que convida ao abanar compulsivo da cabeça. O mesmo se passa com a "Shape Shifter, esta no entanto um pouco mais agressiva.

Por falar em agressividade, ela parece não estar tão presente como que no último álbum de originais por exemplo (para não invocar passados mais longíquos) e isso realmente poderá chatear alguns fãs mais exigentes, alegando que a banda optou jogar pelo seguro, comercialmente, adocicando o seu som um pouquinho mais, mas, mesmo aceitando essas opiniões, ninguém poderá desmintir de que a banda não continua com a sua identidade bem vincada, não desvirtuando um centímetro daquilo que se conhece do seu som.

Há surpresas, no entanto. A banda joga pelo seguro, faz o seu som de sempre, acrescenta mais uma dose de melodia e mesmo assim, ainda faz uma faixa que tem um coro como espécie de ponte para o refrão (meia árabe) completamente viciante e que tem como particularidade a participação de Messiah Marcolin, ex-vocalista dos Candlemass - aquela voz é absolutamente inconfundível. Tudo isto somado pode tanto tornar este álbum como mais uma peça essencial para quem segue a banda como poderá revoltar ao ponto de dizerem que já se estão a estragar.

É o que dá quando uma banda passa tantos anos a lançar álbuns de qualidade sem mudar muito a sua fórmula vencedora. Aqui ela foi mexida um pouco mas só o tempo dirá se foi uma mudança para melhor ou para pior. Analisado friamente, é um álbum que entra à primeira, mas que serão necessárias algumas audições para que cresça ao ponto daquilo que fizeram no passado. Resta saber se a paciência para isso por parte do ouvinte será suficiente para atingir tal ponto.

 
Nota: 8.5/10
 
Review por Fernando Ferreira