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Amaranthe - "Nexus" Review


O fenómeno Amaranthe é algo que não deixa nenhum metaleiro indiferente… pelo menos segundo palavras dos próprios nas várias entrevistas que têm vindo a dar, desde que lançaram o seu disco homónimo há 2 anos. Porventura os inúmeros comentários love/hate do youtube não serão uma amostra 100% fidedigna que comprove isso, mas percebe-se onde a banda quer chegar.

Mas agora que já algum tempo passou desde a malfadada estreia, talvez não seja descabido aproveitar a edição deste Nexus, para rever um pouco daquilo que verdadeiramente são os Amaranthe e suas legítimas ambições. Não é preciso enganar ninguém, os Amaranthe são e provavelmente sempre serão uma banda de plástico, estúdio-dependente, previsível e liricamente oca, e para se chegar a essa conclusão tanto faz ouvir a estreia como este Nexus visto que são discos praticamente análogos. No entanto os Amaranthe também têm as suas virtudes, e se de um lado nas suas composições convergem todos os senãos atrás mencionados, por outro elas são quase como que uma ode à simplicidade e à escrita orelhuda. E dentro da sua enorme lata, verdade seja dita os Amaranthe nunca enganaram ninguém, vendendo-nos nada mais do que apenas 5 tipos e uma tipa que acharam que seria giro misturar melodeath com música de carrinhos de choque, e lançar discos com isso. 

Grandes actores da nossa praça argumentam que é bem mais difícil fazer rir do que chorar, e os Amaranthe conseguem com Nexus, bem mais do que com o disco anterior, arrancar-nos alguns sorrisos, que naturalmente terão o seu prazo de validade bem marcado.

Se aquando do início do disco Afterlife, Invincible e o tema título não deixam de ser mais do que reciclagens daquilo que outrora nos deram, a partir daí a audição ganha um interesse absolutamente inesperado de onde sobressaem os orelhudos refrões (até mesmo para os padrões Amaranthe) de Stardust e Mechanical Illusions, este último pasme-se até acaba por ser um tema bem interessante e credível, e que poderia mesmo figurar num disco de Within Temptation ou Evanescence. 

Por outro lado em Nexus os Amaranthe descem ao mais baixo que uma banda de metal pode descer na profana estrada da futilidade Pop, com 2 dois maiores atentados alguma vez vistos à credibilidade do género em Burn With Me, uma balada que mais parece um tributo às boys bands que assolaram o início deste século, e Electroheart em que vemos o quão forte pode ser a influência de uns Vengaboys no processo de escrita amarantino. 

É inegável que a maior parte do charme dos Amaranthe se deve a lasciva, mas cheia de talento voz de Elize Ryd, uma vocalista que desde que apareceu que tem vindo a conquistar, ela sim, meio mundo, desdobrando-se em inúmeras colaborações, das quais se destaca a inesperada aparição como vocalista dos Nightwish, após a polémica saída de Anette Olzon. 

Sendo ela o grande chamariz dos Amaranthe, fica a dúvida se de outra forma esta “brincadeira” seria assim tão bem recebida, porventura não. Para já a banda aproveita e lá vai traduzindo musicalmente aquilo que seria um guião de um filme do Michael Moore, resta saber até quando...

Nota: 7.6/10

Review por António Salazar Antunes