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Reportagem: Xeque Mate, Dawnrider, Midnight Priest, Inquisitor, The Unholy @ República da Música, Alvalade - 07-07-2013


É sempre um objectivo nobre homenagear figuras que lutam por algo concreto ou abstracto. Foi nesse mote que se realizou na República da Música, em Alvalade, a segunda edição do festival Lança Chamas, com o propósito de homenagear o finado António Sérgio, famoso locutor de rádio, que muito fez para a divulgação da música pesada no nosso pequeno jardim à beira-mar plantado.


O tão aguardado festim de heavy metal teve início com os The Unholy. Este colectivo, oriundo de Coimbra, ateou as chamas do que seria uma noite bastante incandescente graças à energia e paixão que trouxeram ao palco e graças à performance da vocalista que, nada ficaria a dever, aos restantes frontmans do festival. Com uma setlist ainda curta e uma demo a aguardar lançamento, os The Unholy tocaram poucos temas originais, como a bem recebida “She Comes From the Grave”. Apesar dos problemas técnicos, a banda soube estar à altura e responder com pujança a esses contratempos. Definitivamente um grupo a ter debaixo de olho.



Com a plateia já aquecida, subiram ao palco os Inquisitor para dar uma autêntica descarga de speed metal, com riffs rápidos, furiosos e contagiantes. O grupo apresentou-se em excelente forma, tocando um pouco de cada um dos seus lançamentos, como “Face the Witch” do mais recente ep “Dark Ages of Witchery”, “Speed Metal Legions”, “Grinders and Anvils”, o tema homónimo da demo “Iron Preacher” e também houve espaço para temas do split “From The Underwold With Hate” do qual foram tocados “Final Execution” e “Fulminados Pelo Aço”. Já na recta final do seu concerto, a banda trouxe de presente uma participação especial numa cover de Grim Reaper, “See You In Hell”, que foi interpretada pela vocalista dos Disthrone.



Seguidamente, foi a vez dos Midnight Priest espalharem a sua magia negra no palco da República da Música. A banda foi directa ao assunto, fazendo os fãs fumegar com o tema “Ferro em Brasa” e daí em diante, a banda entregou de bandeja aos fãs um concerto muito intenso e que foi recebido com entusiasmo e aprovação. Não faltaram também os já conhecidos e habituais temas como “A Rainha da Magia Negra”, “Feitiço do Cabedal”, “À Boleia com o Diabo” e “O Conde”, havendo espaço para a “semi-nova” “Deitada com o Morto” e a cover “Prowler” dos míticos “Iron Maiden” que fechou a sua prestação.



A noite abrandou um pouco aquando a entrada dos Dawnrider em palco. A banda trouxe na bagagem o seu heavy doom de riffs poderosos e esmagadores, mas apresentou-se também em cena com um line-up reformado. A banda tocou alguns temas antigos, como “Walking Blind” do álbum “Two”, contudo, o grosso da setlist concentrou-se em temas novos que se mostraram bastante épicos e esmagadores, como por exemplo em “Cry Of The Vampire”, “Absolute Power” e “Demons”, que estarão disponíveis num futuro lançamento.


Chega por fim a vez dos Xeque Mate, banda mítica do heavy metal português que, lamentavelmente, teve uma escassa audiência, mas que não obstante conseguiram dar uma prestação com um saldo mais que positivo. Depois de atiçar os fãs com um pequeno gostinho da famosa “Às do Volante”, a banda brindou os fãs com temas novinhos em folha, como “Memória Gritante” e “Não Sou Só Eu a Falar”. A crítica política também esteve em destaque pela primeira vez na novíssima “Fome” e também tivemos menção a zombies no tema “Eles Rondam Isto” que viria a encerrar o seu concerto. Contudo, houve também espaço para temas clássicos do lendário álbum “Em Nome do Pai, Do Filho… e do Rock ‘n’ Roll”, como as aclamadas “Às do Volante” e “Filhos do Metal”, havendo também lugar para os temas “Ritual” e “Escrava da Noite”.

No fim de tudo, esta foi uma justa homenagem a uma figura que ajudou a abrir portas e a inspirar as bandas que neste festival participaram. Caso para dizer: Que as chamas ardam alto…e até uma próxima edição!

Texto por Ruben Mineiro 
Fotografias por Joana Mendonça
Agradecimentos: Lança Chamas Fest