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My Deception - "Sinful Twilight" Review


Quando se fala em gothic metal português, é bem provável que Icon & The Blackroses e My Deception sejam os primeiros nomes a surgir nas vossas cabeças. Pois bem, com fundação datada de 2006, os My Deception lançam agora o primeiro disco, "Sinful Twilight", através da Ethereal Sound Works. Para trás ficou um EP, "The End Of Devotion", de 2009. 

Apesar de ter conhecimento desse EP - o qual devorei vezes sem conta - admito que desconhecia o paradeiro da banda e foi com espanto que abri um envelope com um disco de My Deception. Se por um lado fiquei espantado e empolgado com um álbum de My Deception, por outro fiquei desanimado com o facto de, logo ao primeiro olhar na tracklist, ter reparado que cinco dos nove temas fazem parte do já referido EP. Posto isto, não acho interessante, nem compensatório para os fãs, que um novo trabalho - neste caso, um longa-duração - contenha material antigo retirado do único trabalho até à data. Por outras palavras, molhar o que já está molhado quando o que a malta quer é novidades não enaltece em nada aquilo que "Sinful Twilight" nos podia trazer de novo.

Contudo, os temas foram regravados e com uma nova roupagem de produção ganharam, por certo, uma nova vida. Os novos temas - "Infernal Tempation", "Ode To Nothingness", "Sinful Twilight" e "Sacrifice" - são a cauda do álbum e não fogem à corrente característica dos My Deception.

A voz de Pedro "Winter" está mais refinada do que há quatro anos e facilmente passa por um vocalista finlandês - e coloco isto como um elogio, visto ser a Finlândia a terra-mãe do gothic metal/rock. Frio e seco são as palavras que melhor poderei usar para descrever o que as guitarras me transmitiram. Aos riffs melódicos, mas também fortes que podem bater como um murro no peito, aliam-se nuances de teclado para melhor dar a ambiência de tragédia.

Sendo assim, é com todo o agrado que recebo (e recebemos - penso que posso falar pelos fãs nesse aspecto) de volta os My Deception que por quatro anos andaram na penumbra, mas, infelizmente, não posso atirar os devidos foguetes que a banda merece, porque é um regresso frouxo. Ganham pela evoluação no departamento de produção, mas perdem muito pela repetição. Esperemos pelo futuro...

Nota: 6/10

Review por Diogo M. Ferreira