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Shining - "8 ½ - Feberdrömmar I Vaket Tillstånd" Review


Antes de mais, este álbum não é o que se entende como um verdadeiro álbum de originais. Niklas Kvarforth resolveu pegar numa série de faixas de pré-produção de temas dos álbuns "Livets Ändhallplats" e "III - Angst - Självdestruktivitetens Emissarie", regravar novas linhas de baixo, guitarras, acrescentar teclados (um grande trabalho por parte de Lars Fredrik Fröislie (dos Angst Skvadron, Wobbler e Ásmegin) e convidar uma série de vocalistas para deixarem a sua marca em cada uma das faixas, sendo que a última está a cargo do próprio Niklas Kvarforth. Os vocalistas convidados são Famine (Pest Noire), Attila Csihar (Mayhem), Pehr Larsson (Alfahanne), Gaahl (God Seed e ex-Gorgoroth) e Maniac (Skitliv e ex-Mayhem).

Sendo uma compilação o ser concretamente, não deixa de ser curioso o timing deste álbum, já que o último "Redefining Darkness", apesar de ser bem sucedido acabou por ser algo controverso perante os fãs mais antigos. Não se acredita que o que pode ouvir aqui será o rumo que a banda irá tomar no próximo álbum, pelo que este deverá ser entendido como uma espécie de compilação, talvez um presente para esses mesmos fãs - que quase de certeza ficarão insatisfeitos novamente aquando o próximo álbum de originais sair. O próprio título define esse carácter intercalar do álbum, ao ter no seu título "8 1/2" - este seria o nono álbum.

O que se tem aqui é então um exercício de nostalgia bem sucedido, já que as faixas capturam bem o espírito cru e depressivo patente das músicas originais, que com a interpretação vocal de cada um dos vocalistas acaba por ganhar uma nova dimensão. Não deixa de ser algo que interessará principalmente aos fãs de longa data da banda e que de alguma forma se têm vindo a sentir alienados, talvez o último álbum que gostarão, a não ser que eles façam novamente algo do género. Mais intenso, mais extremo, mais black metal, exceptuando talvez pela faixa final, "Through Corridors of Oppression", mais experimental. Também é uma boa indicação de que Kvarforth, apesar de seguir o seu caminho musical pouco interessado nas opiniões dos outros, não está envergonhado do seu passado musical.
 
Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira