Nem só black metal nos surge da Noruega. Os Sahg já são há quase dez anos uma força a ter em conta no espectro do caldeirão retro onde misturam um certo espírito doom da década de setenta, com psicadelismo próprio da década de sessenta, com a força do metal, presente, mais que não seja pela volume com que debitam os seus instrumentos. Com uma produção que é o equilíbrio perfeito entre uma produção moderna e o feeling vintage do analógico, nada impede que o ouvinte arranque numa viagem para o espaço, chegando a ficar à deriva mas não se importando com esse facto, afinal... é bom.
Essa imagem é perfeita, tal como a da capa, onde se pode ver três astronautas, envoltos numa espécie de névoa purpúra e azul. São oito temas que, cada um deles, tendo início, princípio e fim, levam o ouvinte para fora do seu corpo. Pegando em algo próximo daquilo que os Mastodon fizeram num passado recente, juntando a tal dose saudável de psicadelismo e heavy doom, está encontrada a fórmula por mais um álbum que não parece feito nesta década. Nem neste milénio, quanto mais nesta década. Mais do que propriamente pelo aspecto técnico, é pelo ambiente que monta, pela forma como consegue obrigar a mergulhar nele. Pelo menos quem não for surdo.
Um assalto aos sentidos, que termina com um épico de onze minutos, que se vai envolvendo à volta do ouvinte como se tratasse de uma cobra a encantar a sua presa, para o levar para uma outra realidade. E quando se dá conta, já se abandonou o planeta Terra - não será por acaso o título da música, "Sleeper's Gate To The Galaxy". Este é um trabalho que vai exigir atenção por parte de cada ouvinte. E quando ele não quiser dispensá-la, vai simplesmente ser obrigado a isso. De forma intensa, mas sem sequer se aperceber. Para ser ouvido como um todo, tal como a música de qualidade é suposta ser apreciada, tal como um bom livro, ou filme. Tal como a arte em si. Sem dúvida, candidato a álbum do ano, com poucas coisas a separá-lo da perfeição.
Essa imagem é perfeita, tal como a da capa, onde se pode ver três astronautas, envoltos numa espécie de névoa purpúra e azul. São oito temas que, cada um deles, tendo início, princípio e fim, levam o ouvinte para fora do seu corpo. Pegando em algo próximo daquilo que os Mastodon fizeram num passado recente, juntando a tal dose saudável de psicadelismo e heavy doom, está encontrada a fórmula por mais um álbum que não parece feito nesta década. Nem neste milénio, quanto mais nesta década. Mais do que propriamente pelo aspecto técnico, é pelo ambiente que monta, pela forma como consegue obrigar a mergulhar nele. Pelo menos quem não for surdo.
Um assalto aos sentidos, que termina com um épico de onze minutos, que se vai envolvendo à volta do ouvinte como se tratasse de uma cobra a encantar a sua presa, para o levar para uma outra realidade. E quando se dá conta, já se abandonou o planeta Terra - não será por acaso o título da música, "Sleeper's Gate To The Galaxy". Este é um trabalho que vai exigir atenção por parte de cada ouvinte. E quando ele não quiser dispensá-la, vai simplesmente ser obrigado a isso. De forma intensa, mas sem sequer se aperceber. Para ser ouvido como um todo, tal como a música de qualidade é suposta ser apreciada, tal como um bom livro, ou filme. Tal como a arte em si. Sem dúvida, candidato a álbum do ano, com poucas coisas a separá-lo da perfeição.
Nota: 9.6/10
Review por Fernando Ferreira
Review por Fernando Ferreira
