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Entrevista aos Hecate Enthroned


O início da carreira dos Hecate Enthroned foi ensombrado com comparações constantes aos Cradle Of Filth… quase vinte anos volvidos, eles ainda por cá andam e estão prestes a lançar o seu mais recente álbum “Virulent Rapture” que provará o seu merecido valor. Andy contou os pormenores à Metal Imperium. 


M.I. – Os Hecate Enthroned sempre estiveram ensombrados pelos Cradle Of Filth. Como é que isto afectou o futuro da banda?

Não penso que nos tenha afectado muito… aliás, o facto dos média nos relacionarem aos COF ainda nos trouxe mais fãs! Sempre fizemos o que queríamos e quando queríamos e o foco foi sempre a banda e não o que nos rodeava.


M.I. – O Dani Filth chamou-vos de cópias quando lançastes o vosso álbum de estreia… o que gostarias de lhe dizer sobre os seus mais recentes trabalhos? 

Bem, ele tem direito à sua opinião e eu concordo que, no início, havia muitas semelhanças. Eu curti muito o primeiro álbum dos COF mas a sua música mais recente é comédia pura… como uma junção de Iron Maiden e circo.


M.I. – Ao longo dos anos, o vosso estilo mudou de black metal sinfónico para black metal melódico… porquê esta mudança?

Acho que a entrada de novos membros fez com que as coisas mudassem… progredimos e amadurecemos musicalmente ao longo dos anos, é a única explicação que encontro. 


M.I. – Apesar de não terem lançamentos recentes, tendes tocado ao vivo durante este período… estas actuações acenderam de novo a chama? 

A chama nunca esteve apagada! Penso que tivemos mais problemas em decidir o caminho que pretendíamos seguir com o novo álbum “Virulent Rapture”… esse tem sido o nosso foco nos últimos anos!


M.I. – Passaram nove anos desde o lançamento de “Redimus”… porquê a pausa tão longa?

Basicamente resume-se a casamentos, filhos, mortes e mudanças de vida.


M.I. – Assinaste com a Crank Music que não é uma das mais conhecidas editoras de metal. Porque a escolheste?

Temos trabalhado muito bem com a Crank… eles queriam-nos no seu leque de artistas e penso que esta colaboração trará vantagens para ambas as partes… teremos de aguardar para ver o que o futuro nos reserva!


M.I. – Há muita gente excitada com o novo álbum… quais são as melhores palavras para o descrever?

Boa música com tomates!


M.I. – Em que te inspiraste para escrever esta obra?

Bem, nós trabalhamos em equipa e todos participamos activamente. Pessoalmente eu sabia o som exacto que pretendia obter da minha guitarra e tal percebe-se quando se ouve o álbum.  


M.I. – Na página oficial do facebook dos Hecate Enthroned, escreveste que nunca tinhas estado tão feliz com o som dos álbuns como estava com este. O que é que torna este álbum tão especial? Não sentes isto em todos os álbuns?

Este álbum é mesmo uma das melhores produções que já fizemos. Desde o som, ao trabalho, às colaborações, tudo me deixa orgulhoso. Nos outros álbuns nunca tinha conseguido o som que pretendia e nunca tinha estado totalmente feliz com as produções!


M.I. – A Sarah Jezebel Deva canta no tema título… ela tem feito uma boa promoção do novo álbum… como se conheceram?

Sim, ela tem ajudado imenso e é uma grande amiga. A voz dela encaixava perfeitamente no tema título. Conheci-a num centro de reabilitação há uns anos… costumávamos sair e partilhar uma garrafa e lutar pelas beatas que encontrávamos no chão. Discutíamos imenso porque eu conseguia cantar Soprano muito melhor que ela e ela conseguia tocar guitarra melhor que eu… acho que se resumia a inveja pura mas já são águas passadas e conseguimos sair os dois da reabilitação.


M.I. – A banda deixou de usar as pinturas faciais. Porquê?

Deixamo-nos disso em 1998 porque nos cansamos de as usar e nem nos sentíamos bem com elas.


M.I. – Quão importante é o feedback dos vossos fãs? Prestais atenção? Já mudaste algo num tema baseado na opinião deles?

Sempre nos envolvemos com os nossos fãs e ouvimos as suas críticas. Partilhamos os mesmos interesses… e já postamos faixas só porque eles as pedem! 


M.I. – Tendes uma tournée com os Verdelet e Reign of Perdition. Estais muito entusiasmados?

Estou ansiosíssimo por ver as reacções aos novos temas, porque penso que estes são mesmo os nossos melhores temas de sempre!


M.I. – O facto de serem uma banda com seis elementos já, alguma vez, foi um obstáculo para tocarem no estrangeiro?

Sim e não… temos recebido propostas para tocar no estrangeiro e aceitamo-las mas o pior de sermos seis membros é termos de nos certificar que todos estão disponíveis para tocar aos vivo… é que a editora não nos paga salários!


M.I. – Qual foi o espectáculo mais intenso que tocaste?

Já tocamos muito mas os da República Checa estão no topo da minha lista.


M.I. – No ano passado foram convidados para actuar na América do Sul pela primeira vez mas acabaram por não ir… já foram entretanto?

Não, tivemos de cancelar o show na Colômbia, infelizmente. O nosso baterista e vocalista não podiam ir naquela altura por causa dos empregos e foi uma pena porque o promotor fez um esforço extraordinário para que nos lá fossemos!


M.I. – O Andy Milnes colaborou no novo álbum dos Luciferian, uma banda de black metal da Colômbia. Como correu?

Sim, fiz uma passagem falada no álbum “The Path of the Burning Serpent” dos Luciferian que vai ser lançado no início de 2014. Eu já falava com eles há algum tempo e eles convidaram-me para participar no seu álbum. Fiquei feliz com o convite. Se não conhecem a banda, devem pesquisá-los e ouvi-los. \m/


M.I. – Gostarias de colaborar com outra banda? Qual?

Talvez os AC/DC. (risos) Se alguém quiser a minha participação, encontrem-me no facebook!


M.I. – Para além da música, que outros passatempos tens?

Dedico-me a beber álcool!


M.I. – Qual a tua opinião sobre a cena black metal hoje em dia? E a cena britânica? Eu considero que há muitas bandas britânicas subvalorizadas… concordas? Como é que as bandas se relacionam?

Eu acho que muitas das novas bandas britânicas de Black Metal estão a passar pelo mesmo que nós passámos nos anos 90 e muitas não estão a receber a atenção que merecem. Conhecemos muitas bandas e somos todos amigos, damo-nos muito bem com a maioria das bandas.


M.I. – Obrigada pelo teu tempo. Deixa uma mensagem final aos leitores da Metal Imperium.

Sónia, obrigado pela entrevista e obrigado também a todos os que a leram. Ouçam o nosso álbum e espero ver-vos em Portugal em breve… stay brutal! 

Entrevista por Sónia Fonseca