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Suicidal Angels - "Divide and Conquer" Review


Outra vez arroz. Os Suicidal Angels regressaram este ano aos lançamentos – com “Divide and Conquer” – e acrescentam à sua discografia mais um festim de thrash metal bem agressivo e energético, bem na onda do que a banda bem fazendo desde 2007. São cerca de 50 minutos que mostram um som rapidíssimo, como se a banda estivesse atrasada para o emprego, e riffs de grande qualidade, mas repetidos até à exaustão. Algo que é apanágio da banda.
É difícil hoje em dia acrescentar algo à realidade thrash. Os melhores anos já passaram e muitas das “bandas novas” não são propriamente diferentes de tudo o que já foi feito. Os gregos padecem infelizmente desta maleita: temos influências de Exodus e Vio-lence, temos velocidade constante e muita energia. Mas quantas novas bandas têm isto? Muitas. Os Suicidal Angels teimam em manter aquela fórmula de “correria” desde do primeiro álbum e isso faz dos helénicos apenas “mais uma banda”. É certo que quem gostou de “Dead Again” ou “Bloodbath” irá gostar também disto. Não há muito a distinguir esses álbuns deste último. Ainda assim, há diferenças neste quinto álbum da banda… 
As canções estão mais longas, sendo que há inclusive uma faixa com quase 9min. Dizer que “White Wizard” é a melhor faixa do álbum, prova que uma mudança, ainda que seja na duração das canções, pode projectar os “Angels” para um patamar diferente. Fica a ideia de que os gregos poderiam adoptar um som mais racional e não tão efervescente. A efervescência não é má, mas aqui as bolhinhas são todas iguais. Outra mudança é a ausência do guitarrista Panos Spanos, que trazia mais diversidade melódica e um virtuosismo que não se nota neste álbum. Malhas como “Marching Over Blood”, “Terror is My Scream” e “Pit of Snakes” são bons momentos de headbanging, embora sejam as típicas canções dos Suicidal Angels. Há durante todo o álbum a expectativa do aparecimento de uma surpresa vinda do Olimpo, mas esse momento acaba por nunca chegar.
A velocidade dos gregos é tão monocórdica, que consegue deixar entediado um amante da velocidade como é o meu caso. É como se a banda fosse rápida em 95% do tempo, mas nunca ultrapassa realmente os limites. Nunca existem variações. Em sentido figurado, podemos descrever este “Divide and Conquer” como uma maratona feita à velocidade de um atleta de 100m. Tudo bem que a velocidade é luciférica, mas é sempre igual. Para quem estava à espera de uma salada russa, lamento informar mas o prato do dia é outra vez arroz… 

Nota: 5.4/10

Review por Pedro Bento