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Iwrestledabearonce - "Late for Nothing" Review


Vistos como uma lufada de ar fresco no campo do metalcore, muito pela abordagem mais ortodoxa que os seus discos anteriores deram a conhecer, os Iwrestledabearonce regressam este ano com algumas novidades, que irão preencher alguns debates no seio dos fãs da banda.

Desde logo a mais evidente, com a troca de vocalistas, sai Krysta Cameron entra Courtney LaPlante. À primeira escuta fica desde logo a sensação de que os Iwrestledabearonce ficaram a perder com a mudança, pois tanto ao nível de carisma nos registos límpidos, como na entrega nas vozes mais guturais há que admitir que poucos/as neste género conseguem bater Krysta, e esta menina Courtney apesar de ter o seu talento, acaba por soar algo tediosa em ambos os registos, quase como se estivesse em piloto automático.

Algo que de certa forma se reflecte naquilo que ouvimos em "Late for Nothing". O exoterismo dos Iwrestledabearonce mantém-se, mas na maioria das vezes soa um pouco previsível, e a produção demasiado perfeita tira-lhe alguma da vida, já para não falar da cada vez maior acessibilidade de alguns temas. É neste último ponto que poderão voltar a surgir algumas divisões na apreciação do disco, e consequente atirar de culpas para a nova vocalista.

Mas tecnicamente pouco ou nada a dizer contra "Late for Nothing", desde logo "Thunder Chunky", o tema de abertura evidencia a destreza dos músicos, com boas linhas vocais de Courtney, enquanto "Boat Paddle" e "Carnage Asada" captam o espírito irreverente que tornou It’s All Happening, o seu primeiro disco, tão bem aceite.

Atributos suficientes para fazer de Late for Nothing um disco acima da mediocridade, mas insuficientes para algo mais do que aceitável. É verdade que nem todas as bandas conseguem sobreviver ao rombo de perder a sua principal figura de destaque, especialmente uma com a projecção que Krysta Cameron dava à musica dos Iwrestledabearonce, mas para já a banda lá vai tentando recuperar, se será este o caminho certo só o futuro dirá.

Nota: 6.3/10

Review por António Salazar Antunes