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Ring Of Fire - "Battle Of Leningrad" Review


Já é sabido que a Frontiers é uma das editoras que mais vai recuperar ao passado grandes nomes e como tal não é surpresa nenhuma que a editora italiana seja a casa escolhida para o regresso do super grupo Ring Of Fire, depois de um hiato de dez anos. Tony MacAlpine (Planet X, ex- M.A.R.S e com uma das mais longas carreiras a solo dos shredders que por aí andam actualmente) na guitarra, Vitalij Kuprij (Trans.Siberian Orchestra, ex-Artension e também com uma carreira a solo de respeito) nas teclas e Mark Boals (Holy Force, Iron Mask, ex-Royal Hunt, ex-Malmsteen e também com uma já respeitável carreira a solo) na voz estão de volta, desta vez acompanhados por Timo Tolkki (Timo Tolkki's Avalon, ex-Stratovarius e também com uma carreira a solo mais modesta e irregular que os seus companheiros) no baixo (!!) e com Jami Huovinen (dos Sentiment) na bateria.

Com um elenco destes e também já com três álbuns de qualidade no que diz ao power metal de cariz neo-clássico e progressivo, este é um regresso que vai chamar muita atenção para todos os fãs da banda - que dez anos não bastaram de certeza para que desaparecessem - e a todos os apreciadores de música que alia melodia à técnica, com prestações individuais a beirar a perfeição onde se destacam naturalmente os membros mais antigos. "Battle Of Leningrado" é um álbum conceptual que retrata o drama vivido na Segunda Guerra Mundial, que consegue acertar em cheio em tudo o que se propõe: grandes músicas, uma história bem explorada em termos musicais e com grande poder emocional (faixas como a "Land Of Frozen Tears" e o tema título conseguem ser eficazes sem cair na lamechice pegada) mas sobretudo um álbum de regresso à altura da herança da banda.

A Frontiers está a tornar-se, de forma galopante, numa das principais editoras de hard rock e power/heavy metal melódico. Os Ring Of Fire são uma adição de peso e sem dúvida sintomático da crescente qualidade que o catálogo que a editora está a assumir. "Battle Of Leningrad" assume-se como um dos grandes regressos do ano de 2014 mas também como o melhor álbum de power metal neo-clássico lançado até agora. Se procuram perfeição neste estilo, aqui vão encontrá-la. Desde a abertura com "Mother Russia", passando pela "Where Angels Play" até à "Rain", é um festival de bom gosto musical. Um álbum que tem ares de clássico. Só o tempo poderá provar, mas as repetidas audições a que obriga parece apontar nesse caminho.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira