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Death Dealer - "War Master" Review


Power metal bruto dos queixos é uma definição que embora não muito usada, não se percebe porquê, se aplica perfeitamente aos norte-americanos Death Dealer, que lançaram o primeiro álbum o ano passado, que agora é reeditado pela Pure Steel Records, numa edição vinil, limitada a quinhentas unidades. Este projecto ou super banda chamou a atenção quando foi lançado mas talvez não o tenha feito da forma totalmente merecida. Dificilmente uma edição limitada a quinhentas unidades em vinil vai mudar isso. Não é o alinhamento de peso que faz com que a atenção fosse merecida, é mesmo a música, embora seja difícil resistir a uma banda que junta no mesmo sítio, Mike Davis (Halford e ex-Lizzy Borden), Stu Marshall (Empires Of Eden, Paindivision e ex-Dungeon), Ross The Boss (da sua própria banda e claro, ex-Manowar), Rhino (Jack Starr's Burning Starr, Holy Force e claro, ex-Manowar) e Sean Peck (dos Cage).

Para aqueles que não gostam da voz nos Cage, dificilmente gostarão dos Death Dealer, já que Peck está absolutamente over the top, no que diz respeito aos berros nos agudos, mas a verdade é que a coisa resulta. Talvez ajude o facto da música aqui ser também over the top no que ao elemento heavy metal diz respeito. Também poderá enganar quem espera que exista algo de Manowar aqui. E até há, já que os clichês deste género praticamente foram todos usados e abusados pelos Manowar (e continuam a ser, infelizmente) mas as semelhanças acabam por aí já que a voz de Peck é bem mais aguda do que a de Eric Adams alguma vez foi, o baixo de Mike Davis é bem mais discreto na mistura final, o que todos agradecem, e temos dois guitarristas talentosos a encetarem constantes batalhas de solos e leads em harmonia. Não esqueçamos que a velocidade em média é bastante superior, o que até dá gosto que um baterista como Rhino esteja atrás do kit - ele que entretanto já saiu da banda, sendo substituído por Steve Bolognese (dos Baptized In Blood e ex-Beyond The Embrace).

Apesar de não haver aqui nada de original, é bom ouvir power metal americano que realmente a palavra "power" em destaque. E os mais que constantes lugares comuns são perdoados e até algumas escorregadelas na forma da "Children Of Flames" (algo aborrecida), "Hammer Down" (tão déjà vú mas tão déjà vú que não se parece com um tema feito por Hammerfall, parece-se com qualquer coisa que eles tenham feito em toda a sua carreira) e "Wraiths On The Wind" (um final de álbum anti-climax). No entanto, até mesmo estas faixas são daquelas que se ouvem muito bem por parte de qualquer fã de heavy metal que se preze, fazendo deste álbum uma pequena pérola que merece não cair no esquecimento. Os coleccionadores tem a sua hipótese com esta reedição de garantirem isso.


Nota: 7.8/10

Review por Fernando Ferreira