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Catacombe - “Quidam” Review


Aqueles que prestam atenção ao que se vai passando pelo underground nacional, devem-se recordar que os Catacombe até criaram um burburinho com muitas referências positivas quando lançaram o seu álbum de estreia “Kinetic”, revelando um excelente trabalho de post-rock e sludge com serenas atmosferas. Já lá vão 4 anos e a banda de Vale de Cambra deu-nos o sucessor do bem recebido “Kinetic”: o melancólico e contemplativo “Quidam”.

Como se costuma dizer, em 4 anos acontece muita coisa, e isso pode-se aplicar à sonoridade dos Catacombe de 2014. A banda continua a compor um som progressivo com texturas que se vão sobrepondo umas com as outras ou alternando entre si com o auxílio de uma produção bastante límpida que não deixa que nenhum elemento da música perca relevância, contudo, o sludge do 1º álbum está muito mais dissipado, assim como os momentos mais pesados, se bem que não desapareceram na totalidade como se pode ouvir em “Shroud”, o tema que é capaz de melhor fazer a ligação com “Kinetic”.

Mas que não se fique a pensar que, lá por ter uma alma mais leve que o seu predecessor, “Quidam” não é um disco com garra, nem por sombras. A maioria dos temas têm tendência para terminar em crescendos como é o caso do cativante “Ninho de Vespas”, do rio de melancolia que é “Lolita” ou em “Nadir” que acaba o disco em beleza com uma poderosa e emotiva descarga.
Com uma natureza que é capaz de apelar aos sentimentos de nostalgia ou de introspecção, os instrumentalistas de Vale de Cambra fazem umas ligeiras alterações no seu trajecto musical de maneira a que “Quidam” soe como tem que soar, acabando por oferecer um disco forte como o seu antecessor.

Nota: 8.3/10

Review por Tiago Neves