Os italianos estão loucos, perfeitamente insanos e têm todo o orgulho em partilhar esse estado de demência com o resto do mundo. Se matematicamente 1+1=2 então Putridity+Vulvectomy+Coprophiliac=Devangelic, ou seja, brutalidade descarregada como manda a lei do Brutal Death Metal, sem descanso, sem clemência, sem floreados. Poderiam ser o retrato Europeu em resposta ao triunvirato Americano composto pelos Disgorge, Gorgasm e Condemned, não ficando atrás, nem à frente dos mesmos, apenas seriam mais uma carruagem de uma locomotiva focada apenas no esmagamento de tudo o que é alvo do respeito humano pelo divino. Aliás, “Ressurection Denied” retrata isso mesmo, a violação e condenação do estado sagrado!
Mas continuando com a analogia ferroviária!
O álbum começa com aquela sensação de que, sem esperarmos, sai um combóio de alta velocidade de um túnel e que se não sairmos da sua frente somos transformados, num fechar de olhos, em carne picada. Bastam menos de 5 segundos, tal é a bujarda (tinha que utilizar esta palavra) que nos é entregue pelos Devangelic. Esta amostra temporal é multiplicada ao longo dos 9 temas que compõem este primeiro disco, onde todos os seus elementos funcionam no limite das suas habilidades musicais. Há que reter este aspecto, uma vez que as bandas de onde os mesmos são provenientes têm experiência não só em estúdio, como em tours, logo este não é um projecto paralelo qualquer. As ideias estão muito bem trabalhadas e funcionam impecavelmente, sem deixar ao ouvinte um momento onde o mesmo se possa distrair com um qualquer factor externo à própria audição deste primeiro acto devangélico!
Para todas as bandas que procuram uma fórmula para fazer Brutal Death Metal, procurem este exemplo, uma vez que até parece fácil demonstrar este tipo de musicalidade sem que a mesma entre em domínios de repetitividade e aborrecimento constantes. É verdade que não é nada de novo, mas também é verdade que o que é bem feito nunca é demais. As partes rápidas são cataclísmicas, as partes lentas são vortex’s insalubres, os vocais testam a nossa sanidade, os contra tempos dão-nos cabo dos ossos e aqui não há Death Metal disfarçado de Slam. Tudo está feito para ser BRUTO, tudo está de acordo com o manual de instruções dos procriadores desta vaga sonora!
Chegamos ao final desta viagem desfeitos em molho à bolonhesa, mas com a certeza de estarmos satisfeitos e de barriga cheia. “Ressurection Denied” é um disco para todos os fãs de Brutal Death, não compromete, respeita o estilo, não entra em divagações, é discreto em termos de artwork e tem a sua força concentrada na música que os Devangelic se propuseram fazer para todos os maníacos dos sons extremos. Caso estes argumentos não sejam suficientes para lhes darem a oportunidade merecida, então o melhor é mudaram de linha e apanharem o Regional!
Nota: 8.4/10
Review por Pedro Pedra
