Gostaria tanto de começar esta review por dizer o quão interessantes são os Silent Opera, mas poucos são os argumentos capazes de reiterar esse julgamento. Desde logo convém dizer que o material contido em "Reflections", o seu disco de estreia, está ainda longe de ser inaudível ou até mesmo mal executado, apenas isento de suficientes razões capazes de nos prender a atenção ao longo destes quase (e estranhamente longos) 54 minutos.
Desde logo pela nomenclatura da banda, facilmente se pode fazer o raio X daquilo que musicalmente esta nos tem a oferecer. Uma tipa com jeito para o canto lírico, um outro a empregar vociferações mais ríspidas, e uma secção instrumental que tenta ir para além do óbvio, através da incursão em terrenos mais complexos através da alternância rítmica e escalas de guitarra, mas ainda assim com forte incidência nos elementos mais sinfónicos, com o intuito a criar uma ambiência soturna.
Mas pese embora a existência de algumas linhas interessantes tanto de voz como de piano estas acabam por ser perder nas camadas e camadas de tédio musical que envolvem a maioria das composições de Reflections, sem que a banda consiga escrever um tema capaz de se destacar do resto, para além da sonoridade em questão já estar mais do que explorada. Recomendável apenas a fanáticos do género.
Nota: 5/10
Review por António Salazar Antunes
