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Castle - "Under Siege" Review


Ao terceiro álbum, os norte-americanos Castle estão em condições de subir posições no reconhecimento pelos fãs do heavy doom, com um conjunto de canções poderosíssimo, deixando de queixo caído todos aqueles que nunca ouviram falar deles e com razões para isso. Este power-trio, aposta numa forma clássica de entregar o seu heavy metal misturado com o espírito rock com bases ora nos anos setenta ("Be My Ghost" e a "A Killing Place" são bons indicadores) ora nos anos oitenta (ouvir a "Labyrinth Of Death") mas o que realmente sobressai é a qualidade de cada uma das músicas, independentemente da nostalgia que despertam no ouvinte.

Em relação ao passado, não se pode dizer que exista uma grande diferença ou que esteja aqui algo que não tenha estado presente no passado, mas as músicas, essas, parecem acertar todas no ponto certo, carregando todos os botões certos. Seja a produção vintage, bem orgânica, que faz com que o tal efeito nostálgico seja um factor importante, mas não o único - em "Pyramid Lake", quando Elizabeth Blackwell canta no início "alright now", quase que se pode jurar que é uma cover do "Sweet Leaf" dos Black Sabbah - mas é no feeling certeiro com que a interpretação das músicas é feita que a diferença sobressai. Elizabeth, além do tom característico, quase masculino, da sua voz, também segura bem o barco ritmicamente, com o pulsar do baixo certeiro, assim como o trabalho de guitarra de Mat Davis é assombroso e a bateria de Al McCartney, segura mas com espaço para ser inventiva.

Nenhuma das músicas chega à marca dos cinco minutos e como tal, o álbum soa bastante conciso, com as faixas a sucederem-se a uma velocidade vertiginosa, sendo que no final de pouco mais de trinta e três minutos, já se está pronto para mais uma dose, sem problemas. "Under Siege" é daqueles álbuns que se ouve facilmente numa viagem qualquer em direcção às praias da costa vicentina - chamem-lhe mania ou o que quiserem, mas esta coisa do heavy doom tem mais encanto no calor, tal como as cervejas geladas.Trabalho impressionante que obriga imediatamente a procurar pelos álbuns anteriores.


Nota: 8.8/10

Review por Fernando Ferreira